Gatos não morrem de verdade: eles apenas se reintegram no ronronar da eternidade.

suas almas saem de fininho atrás de alguma alma de rato.
Gatos não morrem:
sua fictícia morte não passa de uma forma mais refinada de preguiça.
Gatos não morrem:
rumo a um nível mais alto é que eles, galho a galho, sobem numa árvore invisível.
Gatos não morrem:
mais preciso – se somem – é dizer que foram rasgar sofás no paraíso e dormirão lá, depois do ônus de sete bem vividas vidas, seus sete merecidos sonos.
Perambulando por vários blogs,me deparei com esta poesia de Nelson Ascher. Lembrei do meu Lolinho.
A casa ficou órfã de sua companhia, brincadeiras, manhas e manias.
Imagino-o afiando as garras no sofá da eternidade.
Mascando fiapos verdes. Se enrolando em fios multicoloridos.
O olhar mal-humorado.
A carinha, um convite à bagunça e brincadeira. Sempre.
Contraditório. Bem Lolinho.