Depois de dois meses parada por recomendação médica, volto aos poucos à minha rotina. Entre elas, minhas caminhadas. O matinho – ou pista de cooper do Parque Ibirapuera – é meu local favorito para esta atividade e este recomeço.
São 1.200 m cada volta. Ao retornar, há um mês, fiz 2 voltas em 1 hora. Ontem, 6 voltas no mesmo tempo. Já me sinto mais preparada pra enfrentar as subidas, descidas, passeios quebrados e esburracados, bicicletas, patins, cachorros, carrinhos de bebês e toda multidão que frequenta o parque maior.
Mas como num mini-cosmos, o matinho tem suas peculiaridades. Arborizado e majestoso com suas árvores centenárias, caminho de chão batido ladeado por plantas e arbustos tropicais, corredores contumazes e caminhantes esporádicos.
Além de umas figurinhas únicas. A fauna do bosque. Além do Tatuado (versão brasileira do modelo canadense Rick Genest com a maior parte do corpo tatuado), tem o Louco (o chamamos assim porque ele adora gritar e bater boca com a responsável do banheiro, e corre e usa todos os equipamentos das ilhas de musculação como se fosse o Todo Poderoso do pedaço),
tem a Gremista (não duvido que seja uma modelo gaúcha pernuda e magrela desfilando sempre a camiseta do Grêmio) e a Madame Mignon (uma senhora arrumadinha com chapéu de abas em ritmo de trote ( ou galopinho) com os braços erguidos até a altura da cabeça e um mexer constante de dedos, mãos e pulsos. Não tem como não percebê-los ou não identificá-los.
Mas minha companhia preferida no matinho é o verde. O entorno apenas complementa, inspira e estimula.