Uma das coisas que mais senti falta quando parei de trabalhar e os filhos bateram asas, foi a falta de uma agenda diária a cumprir. Depois dos primeiros tempos em que descansei, dormi e namorei bastante, li vários livros, assisti inúmeros filmes e vivi despreocupadamente um dia depois do outro, eis que a rotina de não ter hora para nada criou um caos e a sensação de inutilidade em minha vida. Era estranho ter um dia inteiro nas mãos e poder fazer o que bem entendesse e não saber o que fazer. Fazia as coisas quando tinha vontade, desde comer, dormir, acordar, caminhar, às vezes até pagar uma conta entrava na categoria quando-eu-tiver-vontade. Felizmente amadureci meu lado mulher-em-casa-querendo-ser-escritora-filhos-encaminhados-dedicada-ao-marido-se-buscando e criei algumas rotinas para organizar minha vida e atingir meus objetivos. Tenho algumas recaídas de vez em quando, assim como tenho períodos de sufoco – como o casamento da Fernanda, a viagem aos USA e minha cirurgia plástica –, tenho momentos depressivos – o pós-operatório complicado e outras perdas – e tenho períodos em que tudo parece estar entrando nos eixos, quando tudo acontece e vou levando numa boa. Preciso aprender a administrar estes períodos – porque outros virão – e ser disciplinada dentro da minha indisciplina. Como quando eu trabalhava. Independente do que acontecia à minha volta, meu trabalho era sagrado com horário a cumprir. Reconheço que às vezes não sei como eu dava conta de tudo. Estou buscando uma nova equação para minhas atuais prioridades. Criei, e continuando criando, rotinas em meu dia-dia porque elas me situam no tempo e espaço e delimitam o que, como e onde quero chegar. Para ser escritora preciso escrever, ler, praticar. E pra isso não preciso bater ponto. Inspiração não tem hora, mas posso focar algumas diretrizes para que aconteça movimento na minha produção. Tem dia que escrevo muito e leio pouco. Tem semanas que fico sem assunto pra escrever mas devoro um livro após outro. Neste meio tempo vou escrevendo e postando. Às vezes vários posts num mesmo dia, às vezes um post por semana, às vezes, nada. “Não pode” foi o que disse a profe de mídias digitais, “tem que postar todos os dias” ou “o mais frequentemente possível”. É dela também a orientação de sempre postar no Facebook meus escritos, como também, a orientação de observar os horários das postagens. Assim, a partir de hoje (já que aprendi a agendar e ajustei o horário do meu WordPress ao da Bahia, rsrsrrs) meus posts sairão fresquinhos às 10 horas no meu blog todos os dias, e durante o dia, conforme o tema, vou linkar no meu Facebook. Espero conseguir seguir a fórmula prescrita reunindo todos meus períodos produtivos e não produtivos e entrar na rotina diária de leitura de muitas pessoas. Tomara que esta rotina nos pegue.