Desde que me tornei dona do meu próprio tempo, faço dele o que bem entendo e quero. E uma das coisas de que mais gosto em São Paulo é a quantidade de salas de cinemas e filmes em cartaz. Assim, vou ao cinema uma vez por semana, ou de quinze em quinze dias. Nada exagerado. Diariamente dou uma conferida na programação da SKY e faço minha reserva. Normalmente, um filme por dia. E não me importo com repetições. Tem dia que fico de olho nas reprises dos meus filmes favoritos “pela décima vez na TV”, ou, “ainda não enjoou de ver sempre a mesma coisa?” diz o meu marido. Não. Tem filme que não enjoa. Assim como livro bom merece ser lido e relido constantemente. Alguém Tem Que Ceder, O Estranho Caso de Benjamin Button, Sob o Sol da Toscana e Mama Mia são filmes de cabeceira. Um Dia Depois de Amanhã e Independence Day são para os dias catastróficos. Entre Dois Amores e Top Gun meus romances favoritos. Amo de paixão os épicos: Gladiador, Arthur, Helena de Troia, Cruzada, todos. E tem O Predador, Senhor dos Aneis, Saga Crepúsculo, Harry Potter, e tantos outros. Ao longo dos anos fui comprando todos estes títulos – e muitos outros – e montando uma cinemateca. Pra quando ficar velha (e não tiver mais reprises) ou pra mostrar pros netos. Concordo que muita inovação tecnológica vem por aí, mas prefiro não facilitar, e ter meus clássicos em casa. Quando não consigo ver no cinema, depois de um tempo, compro em DVD. Foi o que aconteceu com O Exótico Hotel Marigold, devidamente acomodado na letra O da estante. Pra quem não viu, compre. Uma história de recomeço e aventura na terceira idade.
No cinema vi Ted. Fofo, estranho e cansativo. Talvez meus netos acharão graça na comédia de um homem infantiloide de 35 anos que tem um urso de pelúcia tarado, inconveniente e chato de verdade – apesar de fofo – como seu melhor amigo.
O conflito dos dois filmes é o tempo e a idade. Como viver e o que fazer com o tempo que temos pela frente e o que ficou pra trás? O jovem evita crescer, amadurecer e assumir compromissos, enquanto que um grupo de idosos – que nada mais tem a perder – apostam tudo na felicidade e no tempo que ainda lhes resta.