Fui caminhar no Ibirapuera e aproveitei pra ver a exposição da artista plástica Adriana Varejão, no Museu de Arte Moderna – MAM. O que posso dizer? Estou impactada. É o que a Arte Moderna faz comigo, ainda mais quando vejo entranhas, incisões e extirpações que embrulham meu estômago. Sei que é tudo de mentirinha. Sei que é arte. Mesmo assim, minha sensibilidade sofre e fico atormentada.
Senti algo parecido quando vi as obras do Iberê Camargo e Frida Khalo. Aliás, há algo de Frida em Adriana. Impressiona a coragem, a audácia e a inventividade humana ao misturar conceitos, técnicas, materiais e criar arte. A obra de Adriana Varejão ainda vai reverberar algum tempo, assim como Lolita, de Vladimir Nabokov, continua dando socos na boca do meu estômago.
Mas arte que se preze tem que ser assim: única e impactante. E certamente, Vladimir Nabokov e Adriana Varejão conseguem esta unanimidade. Prefiro as cores alegres e o inesperado das linhas de Miró, Matisse, Picasso. Andiamos às margens de Adriana Varejão. Acima, “Azulejaria Verde em Carne Viva”.
Este óleo sobre tela, porcelana e fios de poliamida é de 1993 e chama-se “Linha Equinocial”.
“Milagre dos Peixes”, de 1991. Óleo e gesso sobre tela.
“Azulejaria de Cozinha com Caças Variadas”. Obra de 1995.
“Tea and Tiles II”. De 1997. Delicado e intrigante. Um scrap de parede.
Nada como a suavidade e o frescor do mar.
Porque “Ruína do Charque Santa Cruz”? Eca, entranhas.
“Extirpação do Mal”.
O Mal jaz na maca.
Apenas uma “Língua com padrão sinuoso”.
“Carnívoras”. Será que anotei o nome certo? Porque será?
“Wall”. Telas sobrepostas de 2001.
Um “Prato com mariscos”! Enorme.
Outro prato enorme. A exposição tem no total 41 obras. Que as outras sejam surpresa. Impactado (a)? Que bom. Arte é isso. Coloco no fim o que inicia a exposição. Belíssimas Palavras.
Arte, pintura, texturas, palavras, literatura, corpo. Abstrações. Tudo e todos interligados e entrelaçados.