Espuma de barba no céu azul,
antena de asa.
Zigue-zague em linha reta,
Balança, oscila, rebola.
De um lado. Outro depois.
Raios de sol aquecem e clareiam
a cena estrangeira.
O ouvido doi e se
fecha para chiados, alturas e cochichos.
“Tripulação, preparar para o pouso.”
A barba é espessa, densa, dura, branca.
Sacode no corte.
Abaixo dela, a cidade se revela
sem mistérios.
Um mapa em minúcias:
Avenidas, ruas, prédios, carros, rios.
O ouvido abre.
O avião embica.
“Tripulação, pouso autorizado”.
A janela mimetiza a
Cidade Universitária, o verde.
O Jockey Club, areia.
A Marginal, cobra d’água.
O JK Iguatemi, carros, pessoas.
A Hípica Paulista. Meu apartamento.
“Senhoras e Senhores. Bem vindos a São Paulo.
Por medida de segurança…”
Cheguei.