Lá fora a típica garoa e o trânsito paulistano, há oito dias do Natal, três dias da viagem de férias, em plena segunda-feira. Praticamente só falta fechar a mala e dar os presentes. Mas… não é bem assim, ficou coisa pra trás e não tenho tempo a desperdiçar. Terça e quarta também estão comprometidos (e olha que nem trabalho fora de casa). Adoro Natal. Do que não gosto é da parte dos presentes. Nunca sei o que comprar, quanto gastar, o que dar. Dar dinheiro parece muito impessoal, mas ainda acho, no final das contas, que é o melhor. Quando dou presente, vejo nos olhos ou a satisfação ou a frustração do presente desembrulhado. Logo me vem à cabeça “e se eu tivesse comprado aquilo ou aquele outro ou porque não comprei um envelope bem bonito e coloquei uma quantia X de dinheiro?”. Claro que a quantia X talvez não satisfizesse ou aquilo e aquele outro também não agradasse. E por mais que faça uma pesquisa de interesses, meses antes da data festiva, nem sempre o que foi escolhido, foi o desejado. Então, comprar presente, pra mim, depende de inspiração. E muita. É olhar algo e nele encontrar o presenteado. É quase como encontrar o pires da xícara, a meia do tênis, a palavra da poesia, o conhaque e a taça, o tamanho certo, a medida exata, a cara metade, o acessório perfeito. Sinceramente, acho que hoje não é um dia auspicioso pra tarefa em si. Vou procrastinar sim, pelo bem de todos. Amanhã. Talvez mais tarde, quem sabe. Agora vou tomar um cafezinho e comer um bombom. Complementariedade é tudo. Inspiração, idem.