
Vou participar do Scrap Extravagance 2013 em Campinas/SP, amanhã, do dia 15 ao dia 18 de maio. O tema do evento será os anos 80. Quando me inscrevi imaginava que só precisaria arrumar malas e ir, curtir quatro dias de scrap, conhecer pessoas bacanas, novos equipamentos e ferramentas, aprender novas técnicas, fazer projetos belíssimos, participar de muitas brincadeiras. Desestressar. Na época em que me inscrevi – no meu pós-retoque – era tudo o que eu queria e precisava. Fui uma das primeiras a me inscrever e uma das que mais brindes recebeu neste período. Mês a mês eu recebia minha sacolinha com meus mimos de scraps (revistas, papeis, álbuns, etcetcetc).

Depois fui convidada a seguir o blog das Extravagantes onde os materiais (que a gente ganhava de brinde) eram trabalhados pelos designers de scrap do evento. Até aí, somente sugestões. Fazer scrap, assim como escrever, ler, fazer academia e dieta – pra mim – é questão de estado de espírito, então, nem todo dia, é dia. Precisa de inspiração. Postei algo sobre o Scrap Extravagance no meu blog, algumas scrapeiras comentaram, então um belo dia, recebo o recado online de uma delas: você viu que temos tema de casa? Coisa de um mês atrás. Fui ver no blog das alunas e no Facebook. E lá estava. A primeira lição. Anne Sereguetti pedia fotos 5X5, 4X4 e 10X10. Algumas em painel. Outras não. Em minutos entrou outra lição. O designer Betto Cesare pedia fotos 10X10 e 7,5X10. Aí foi a vez de Gil Jussara pedir fotos sobre moda. De novo, tamanhos esdrúxulos como 6,5X18, 12,5X15,5 e outros. Ao todo, dez projetos. Em apenas dois, fotos tamanho padrão, tipo 10×15 ou 13X18. Entrei em pânico.


Como eu faria isso? Impulsivamente me inscrevi num curso de photoshop – e já aproveitei pra fazer um curso de fotografia, que saiu na promoção – e comecei a selecionar fotos dos anos 80. Descobri então, que quase não tenho fotos dos anos 80. Quando muito, fotos dos meus filhos bebês, na praia, uma ou outra, naquelas amadoríssimas máquinas Instamátics da Kodac. Naquela época, as fotos eram batidas/tiradas com filmes de 12, 24 e 36 poses, precisava revelar filme e foto, sem garantia alguma da qualidade da foto. Às vezes, entre a foto e a revelação passavam-se meses, e o pacote fotográfico era uma grande surpresa. Havia economia e planejamento na hora de tirá-las/batê-las. Com as fotos digitais, não gostou, deleta. A gente tira 3000 fotos e imprime 100. Quando imprime.Por isso, agora, ao procurar as fotos de trinta anos atrás, além de poucas, muitas estão esbranquiçadas, amareladas e com pouca nitidez. Uma lástima.

Lembrei então, que nos anos 80 eu casei, pari dois filhos, fiz uma faculdade, lavei e passei muita roupa, ralei barriga no fogão, fiz muita faxina, datilografei muitos trabalhos na minha Olivetti Lettera 32, estudei muito, estagiei, andava de ônibus, carregava filho pra creche, vivi meus anos de vacas magras e grandes saltos, e praticamente não tenho fotos que registrem este período maravilhoso da minha vida.

Por isso, resolvi improvisar. Usei recursos do photoshop e do meu MAC pra envelhecer fotos e reviver aquela época mágica.

Também abusei do preto e branco.

Tema de casa deixa a gente meio que estressada, então fiz essa seleção ouvindo Shakira.

Bem, agora é preparar a mala – bem grande – e aproveitar ao máximo. Depois eu conto como foi.