SP/Madri/Cebreiro/Triacastela

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Saímos de São Paulo/Brasil em 30.04.10, sexta-feira à noite, uniformizados com as camisetas de aventura, todos alegres e festivos. Chegamos em Madri/Espanha, na tarde de sábado. Alguns foram passear, outros preferiram descansar. À noite, show de flamenco no Café de Chinitas. Às 10:30h da manhã seguinte, saímos em ônibus executivo, rumo a Pedrafita do Cebreiro, 6 horas de viagem e muitas paradas pelo caminho. Durante o trajeto, as montanhas nevadas no horizonte e alguns peregrinos caminhando, sinalizavam que nossa própria jornada estava por começar. Chegamos na vila celta e pétrea de O Cebreiro, a 1300 m de altitude, no final da tarde de domingo e nos hospedamos na Meson Carolo, uma casa de pedra de 1000 anos, transformada em pousada. O lugar é encantador. Diz a lenda que na Igrejinha de Santa Maria do Cebreiro ocorreu o milagre da transformação da carne e sangue vinculado ao Santo Graal. Foi neste singelo santuário que carimbamos pela primeira vez nossa Credencial do Peregrino, que pode ser obtida no Brasil, na Associação dos Amigos do Caminho de Santiago ou nas igrejas pelo caminho. Foram 32 carimbadas entre O Cebreiro e Santiago de Compostela. Dizem que para receber o Certificado Compostelano é necessário percorrer o mínimo de 100km. Do jeito que for. Na manhã fria e chuvosa de segunda-feira, um café da manhã modesto com pão e manteiga e uma oração à Virgem Maria, pedindo proteção e bênçãos, dão início a nossa jornada física e espiritual. Com previsão de neve, compramos gorros, luvas e proteção para o rosto, numa lojinha da vila. O trecho de O Cebreiro a Triacastela é de 23 Km, numa descida íngreme e pedregosa. Quem tem problema nos joelhos, sofre com o impacto e a frenagem constante na maior parte do percurso. Como disse a companheira Márcia – integrante do grupo light – “Se parar eu penso. Se pensar, eu paro.” Bem isso. E andamos, andamos e andamos, abaixo de chuva, neve, frio e sol, pelos campos floridos de amarelo e lilás. De tempo em tempo, uma parada pra beber, comer, apreciar a paisagem, descansar e se inspirar nos numerosos peregrinos, arrastando-se à nossa frente. Na mochila convém levar, além de água, barrinhas de cereal, chocolates e frutas, que podem ser compradas em pequenas quantidades, diariamente, durante a caminhada. Nada pesado e volumoso. Com os dias, a coluna o lembrará. Primeiro dia doído, banho numa banheira quente e  depois, cama. Optamos por ficar em boas pousadas e hotéis e declinamos dos albergues. Concluímos que os sacrifícios diários mereciam uma boa noite de sono e recuperação. Ou seja, quarto e banheiro individual, com cama fofa e banheira quente. Devemos agradecer ao outro grupo que se incumbiu de fazer algumas reservas pelo caminho. Obrigada grupo light!

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