“O mar amanheceu raivoso,
ficou marrom de nervoso.
Foi a água doce.
Revoltado,
engoliu a praia
lascou, quebrou e escorraçou as conchas,
deu força aos pequenos grãos de areia
que desmoronaram ao largo.
A brisa virou vento sibilante.
Até os pés-amarelos estranharam.
Os bicos-vermelhos
e as mini-cegonhas
fizeram de conta que não era nada.
As gaivotas deram seus rasantes
e voaram longe.
Tudo por causa
da doçura que seduziu e possuiu o mar.
Bruma fingida no horizonte
se despejou assanhada e inteira.
Também fico nervosa
com transações nebulosas.
Ficamos os dois endiabrados.”