Mais um ano chegando ao fim! Quando crianças, esperávamos esperançosos a chegada do Natal e o Ano Novo. Natal significava Papai Noel, presentes, pinheirinhos com luzes pisca-pisca, presépio, festa. Ano Novo, significava férias e um ano a mais ou a menos na escola. A alegria e a curiosidade eram os sentimentos desta época. Os anos passaram. Amadurecemos e entramos sem querer no complicado mundo adulto e nos tornamos, de repente, pessoas experientes. E, em todo ano que vem e vai, tem um Natal e um Ano Novo. Duas festas separadas por apenas 7 dias e muita contrariedade emocional: início e fim; nascimento e morte. Natal simboliza o nascimento de Cristo, a esperança de um mundo melhor. Deseja-se paz, amor, compreensão, doação e alegria. Como é o nosso amor? É desinteressado, natural e atento a tudo? Ou é um amor interesseiro e obrigatório? É restrito as quatro paredes de casa ou é fraterno e social? É difícil amar nos dias de hoje. Não sabemos mais o que é o amor, confundimo-o com sexo, paixão, comodidade, conformismo, presentes caros e sofisticados. Para muitos o amor vem com etiqueta e preço. E a compreensão? Como podemos ser compreensivos num mundo competitivo, onde o erro é abominado e só existe lugar para a exatidão e a perfeição? E a doação? Se pensarmos no ano que finda, além de pão velho e roupas surradas, o que mais doamos? Será que conseguimos ter olhos e coração para ver além do nosso umbigo? Ou ficamos alheios à miséria humana que nos cerca, porque a crise econômica nos absorveu de corpo e alma e passamos o ano de calculadora na mão, somando e subtraindo números em nossas vidas? E agora, chegado o Natal, temos a obrigação de dar presentes, nos doar a nossas famílias e à comunidade… Como podemos fazer isso se não treinamos durante os 359 dias passados deste ano quase fechado? Onde fica nossa alegria? Na escolha do presente mais caro e exclusivo? Na alegria dos outros? Natal é também uma festa coletiva, comercial, cheia de energia. Ficamos sensíveis e vulneráveis. Deixamos de lado a dureza do nosso ser, amolecemos a alma e confraternizamos com nossos irmãos de espécie, mesmo que formalmente. Logo em seguida, passado o Natal, nos preparamos para o Ano Novo. Inevitavelmente, olhamos para o ano que se foi. E, assim como as empresas fazem seu balanço anual, contabilizando desempenho, estoques, lucros e despesas, também nós fazemos nosso balancete pessoal. Contabilizamos perdas e ganhos. Avaliamos metas atingidas, fracassos, sucessos, relações pessoais e interpessoais. Contabilizamos e numeramos nossa vida. Quando o saldo é negativo, a tristeza desponta, mas o ano novo renova a esperança de que no próximo ano vai ser diferente. Vai ser melhor. Quando o saldo é positivo, nos alegramos. Sentimo-nos vitoriosos e realizados. Mas, o ano é novo e desconhecido. Surge o medo/receio e apreensão. Esperança também. Somos nós, nossas vivências e ações que faremos o ano novo positivo ou negativo acontecer. Pra mim, Natal é assim. Ano Novo, também. E pra você?
O texto é 1996. A reflexão, a mesma.
Boas festas!!!!Um Natal Abençoado e um 2014 promissor!!!