Pra quem gosta de velas é interessante aprender a fazer e reciclar velas. É possível aproveitar praticamente toda a parafina e grande parte dos elementos usados para decorá-las (canela, folhas, sementes, cafés, pimentas, cascas, etc.) Quando apagar a vela, escorra o parafina derretida num pote (para ser reaproveitada depois) evitando assim que o pavio mergulhe na parafina líquida e dificulte quando acender novamente a vela. Costumo ir juntando cacos e restolhos de velas, flores e sementes secas, canelas, conchas, poupouris, xícaras, potes velhos e tudo mais que possa ser usado pra deixar a vela ainda mais especial.
O segundo passo é separar os materiais e preparar o ambiente para trabalhar com parafina. É fundamental ter em mente que aonde a parafina cai, ela gruda e é um Deus nos acuda removê-la. Por isso, forro com papelão toda a área a ser usada – do piso à mesa. Por mais cuidado que se tenha, sempre cai ou respinga parafina. E, se você for atrapalhada ou acidentada, convém usar um avental com segurança apropriada.
Costumo separar os materiais conforme o uso e as cores das velas: brancas com brancas, amarelas com amarelas e laranjas, creme com creme, e no final, faço a vela da cor de burro quando foge. É quando misturo tudo que não combina com nada.
Depois de selecionar e misturar as diferentes cores de velas, deixo algumas brancas pra clarear a vela se for preciso. Se quiser – e gostar – é possível usar corantes artificiais. Depois de derretida, é fundamental peneirar a parafina, separando impurezas, pavios, elementos e sujeiras. Uso um bule velho de alumínio, coloco um pano de prato velho (que será descartado quando as velas estiverem prontas) pra peneirar a parafina líquida. É neste momento que recolho os elementos e esparramo sobre o papelão, para secar e serem reaproveitados mais adiante.
Alguns equipamentos são fundamentais para fazer velas. Além de panelas, formas, pavio e fogareiro, o termômetro é imprescindível, já que a parafina alcança altas temperaturas e pode pegar fogo. Chegando aos 120 graus é hora de desligar o fogareiro e esfriar os ânimos.
Outro ítem fundamental é a vaselina líquida para untar as formas e permitir que as velas escorreguem e desformem facilmente. Economia zero na vaselina, ou a vela, simplesmente não sai. Gosto de usar citronela por causa do cheirinho e também porque espanta os mosquitos. Diferentemente do que a maioria pensa, a citronela não é amarela e pode ser misturada – na temperatura correta – a qualquer cor e forma de vela.
Também gosto de fazer velas em potes, xícaras e vidros resistentes. Na hora de reciclar, a forma de tirar e limpar os recipientes da parafina antiga é levar ao banho-maria até que a parafina derreta totalmente. Deixe o frasco de ponta cabeça, espere esfriar e coloque de molho em água fria pra lavar e deixar o recipiente pronto para uma nova vela.
O maçarico foi minha última aquisição. Vale à pena, mas é melhor comprar uma luva protetora. Na fração de um suspiro, a chama passou pelo meu dedo e levantou uma bolha do tamanho de uma bola de gude.
Duas velas: uma sem, e a outra com acabamento do maçarico.
Dedinho medicado e a aparência da vela depois que o excesso de parafina foi derretida pelo maçarico. O resultado valeu o acidente, mas uma luva adequada já está na lista de compras pro atelier.
Experiência com velas em conchas de ostras. A ideia é esparramá-las nas mesas em noites de moqueca, caldeirada, peixes fritos, frutos do mar…
Gosto deste excesso de elementos que sobe e abraça toda a vela. A nitidez dos elementos é obra do maçarico malvado.
Faltou parafina amarela pra preencher a vela deprimida. Gostei das saliências e reentrâncias desta vela com sementes reaproveitadas!
Vasos marajoaras pequenos, xícaras da vovó sem uso e potes de barro ficam uma graça e viram presentes bem exclusivos. Talvez da próxima vez eu ouse em alguma cor.
Conchas e flores secas!
E a vela cor de burro quando foge … o azul, rosa, vermelho, branco e marrom ficou cor de uva e já animou um jantar entre amigos. O recipiente de vidro foi remodelado e ficou com cara nova.
Muitoo legal! Preciso dos equipamentos, pois sou desastrada e “acidentada” rsrsrs Uma verdadeira arte, muito lindas!!
Fazer velas é uma delícia. Cada vela que sai é uma surpresa, mas precisa ter cuidado. Fiz meu curso no Empório de Velas, em Moema, SP. Bjos