Uma palavra pra me definir neste momento: Mais preguiçosa que nunca!
Quatro palavras, e não uma. Como tudo que me cerca, ando vivendo de excessos. Coisas demais por fazer e/ou providenciar costumam me atrapalhar e desorientar. Livros empilhados, textos não escritos, blog rastejante, scraps inacabados, academia em suspenso, dieta idem … as vítimas desse demais e desta sensação enervante de ser preguiçosa.
Considero-me essencialmente pensamento, não ação. Mesmo assim, faço muito, e meu entorno insiste em sinalizar o quanto ainda falta. Fico ansiosa. Talvez me envolva com coisas demais por temer o abandono e a desistência. Insisto nas conclusões e finalizações, quando o desapego seria o mais sensato. Assim, fomento momentos e fases que congestionam o meu dia a dia, se chocam, não encontram espaço, escorrem por entre os dedos, escapam do meu olhar ou se perdem na neblina destes tempos chuvosos e invernosos, nas horas e semanas, felizmente termináveis.
Quem sabe perdi o ritmo! Cansei. Desanimei. Quem sabe, foram minhas prioridades que mudaram: o que era essencial tornou-se frugal e descartável. Tudo pode ser tudo. Ou nada. Neste momento, sinto que sou um tudo que se envolve e se absorve, se come e se devora toda por tudo e todos. Ando transbordante.
Confirmei isso ao fazer minha primeira mandala em Arteterapia.
Iniciei o curso em abril. Um encontro de 10, 11 horas por mês: sexta à noite, sábado: manhã e tarde. Com o curso pretendo integrar o que gosto, faço e sou, trabalhar e compartilhar terapeuticamente minhas paixões: a psicologia, a literatura e as artes. Nesta técnica, acabei percebendo o quanto o todo está misturado em mim: o quanto preciso investir mais em algumas áreas, e menos em outras; no quanto a criatividade permeia minha vida; o quanto me incomodam os espaços vazios; o quanto minha família é importante. Nada que eu já não soubesse! Gosto desta intensidade circulante e transbordante. Dessa integração que faz da minha vida um universo total e às vezes, um caos global. Prefiro sempre somar, juntar. Dividir parece diminuir o que me é tão caro e importante: minha família, quem sou, do que gosto, o mundo circundante, a criação e o misterioso.
Ou seja, meus núcleos atuais. O eixo central que me mantém de pé e me faz seguir em frente.