Uma 6a qualquer

Como disse hoje de manhã para uma amiga, resolvi ter um dia de dondoca e ir ao shopping. Depois de meses às voltas com pedreiros, marceneiros, materiais de construção, orçamentos, pagamentos, escolhas, enfim, depois de meses como peão de obra, resolvi passear pelos corredores iluminados e limpos do shopping center. Fui com uma pequena lista de providências: correio, tintura de cabelo, incenso, presente para o Dia dos pais, CD do Ray Charles e camisetas Hering. Entrei na livraria e me perdi. Sai com dois Cds (Shakira e Bruno Mars, nada de Ray Charles), 1 DVD (Noé com Russel Crove, já que perdi exibição no cinema) e uma braçada de livros (de Danuza Leão, passando por Mia Couto até chegar a Nietschze). Fui ver a programação do cinema e quase surtei quando vi que ainda estava em cartaz o filme “A culpa é das estrelas”. Sabia que era um drama adolescente sobre câncer, que ia chorar, me emocionar. Comprei meu ingresso faltando 3 horas para o início da sessão. Conferi minha lista de providências: esqueci em casa o que devia mandar por correio, paciência; comprei incenso de Maçã Verde para ter vigor total, Cravo que elimina energias negativas, Musgo de Carvalho para regenerar as energias, Arruda que quebra demandas e Erva Doce para sensibilidade e intuição, imagina como andam minhas emoções; comprei camisetas básicas e a tintura e desovei tudo no carro. O peso das compras estava minando minha determinação. Faltavam ainda duas horas para o filme. Fui ver vitrines. Algumas. Entrei de novo na livraria, olhei livros de Arte, Arquitetura, Paisagismo, Receitas (não podia me perder de novo). Me perdi um pouco: comprei “Um gato de rua chamado Bob” e esperar o início da sessão. O filme, enfim, começou. Ri, chorei, me emocionei, como era previsto. Já ia indo pra livraria – de novo – comprar o livro que inspirou o filme, quando tocou o telefone. Havia um caminhão cheinho de porcelanatos em frente à obra e ninguém para recebê-los.

“Aguardem que já estou chegando”. Dei meia volta e voltei pro meu mundo de peão de obra. O livro e as vitrines ficam para a próxima ida ao shopping.

“Como disse para uma amiga: o filme é triste, triste, triste. Lindo, lindo, lindo. Fofo, fofo, fofo. Se ainda estiver em cartaz quando vc vier pra Floripa, sou parceira, senão vamos ver outro. Ando precisada de tardes assim. “

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