Assim ou assado, tanto faz, sossegada, assanhada, soldada. Em frente marche, meia volta, volver, viverei. Livre, leve e solta. Sem lenço, sem documento, sem cartão de crédito? “of course?”. Jamais. Poderia viver sem, nessa nossa contemporaneidade? É o tal negócio. Afinal, quem não arrisca, não petisca. Arriscarei. Petiscarei na escola da vida. Pra que inventar moda? Chutar o balde? Mexer em time que tá ganhando, nesta altura do campeonato? Melhor deixar como está, sem mais nem menos. Não tenho bola de cristal pra acertar em cheio e dizer “desta água não beberei”. Sou de mergulhar de cabeça, se preciso choro as pitangas, descasco abacaxis, alhos com bugalhos. De grão em grão a galinha enche o papo, não é mesmo? Quando vejo a coisa preta, posso até ficar num mato sem cachorro ou perdida como cachorro em dia de mudança. Jamais tremo nas bases, nem caio na rua da amargura lá onde Judas perdeu as botas. Agora é que são elas: Ou arranco aplausos – tipo, coisa de cinema, adrenalina pura –ou, entro num clima de descontração – tipo, acabou-se que era doce – levanto a cabeça e bola pra frente que atrás vem gente. Será que Deus fecha uma porta e abre outra? Blindo a mente, fico dividida: Seria apenas um caso de amor e ódio, uma faca de dois gumes? Sou o que sou, ninguém vai me mudar, Ora, carrego o mundo nos ombros, ora, fujo do mundo como o diabo foge da cruz. Estou chovendo no molhado, sei. Preciso acertar os ponteiros, em alto e bom som e afogar minha lágrimas na água cristalina. Falar de mim é fácil, difícil é ser eu. Dispenso apresentações. É como querer agradar gregos e troianos. A toque de caixa, deixo a desejar. Seria o caso de voltar à estaca zero? De esquecer tudo num piscar de olhos? Tudo isso é dose pra elefante. Se conselho fosse bom eu venderia. Não dizem que quem tudo quer, tudo perde? Trago à tona, via de regra, medidas drásticas: não quero mais ser nem a menina dos olhos, nem a ovelha negra. Quero apenas afogar as mágoas e colocar um ponto final – quiçá, aparar as arestas ou dirimir eventuais dúvidas – e fechar com chave de ouro este divisor de águas. Serei eu o pivô de uma tragédia? O pomo da discórdia? Com o peso dos anos quero colocar a casa em ordem, tirar o cavalo da chuva e respirar aliviada. Vou às vias de fato, e via de regra, trazer à tona o que pode ser ou uma amarga decepção ou uma agradável surpresa. No apagar das luzes, e em sã consciência, preciso colocar um ponto final pra não perder o bonde da história, nem andar na contramão da história. A cartada decisiva pra poder cantar vitória passa por um leque de opções. Depois vou bater em retirada e repousar no jardim da existência. Meus parcos conhecimentos, por sua vez, fazem de mim uma poeta inspirada pega de surpresa. Vou buscar meu lugar ao sol, colocar as barbas de molho e esperar um sincero reconhecimento.
Clichês: lugar comum ou,
o verdadeiro caos caindo como uma luva – ao bel-prazer – do Oiapoque ao Chuí.