Um pouco sobre nossos dias em Bali, na Indonésia.
Primeiro Dia: O tempo de voo de Perth (AU) à calorenta e úmida Bali é de 3 ½ h. Quem nos espera no desembarque é o indonésio John – o nome ocidental de Dewa – que será nosso motorista para alguns passeios na ilha. Depois de largar malas e tralhas no Hotel Jaz Villas em Seminyak, hora de havaiana no pé, bermuda e camiseta.
Alugamos a praga nacional (uma bênção?) das motinhos – tipo vespa – que dominaram por completo o trânsito em Bali. São Paulo – que já é um caos – está a anos luz de Bali quanto ao domínio das 2 rodas motorizadas. Vamos conhecer Thana Lot, um maravilhoso templo a beira mar.
Felizmente multados na primeira hora, pilotos sossegados, vamos e voltamos sãos e salvos do passeio entre os arrozais, sol, chuva, trânsito, ruas estreitas e péssima sinalização. Thana Lot é espetacular. Além dos templos e esculturas de pedra de todos os tamanhos e formatos, as lojinhas de souvenirs são um espetáculo à parte.
Cangas, esculturas de madeira impressionantes, máscaras, vestidos … provei o café Luwak, Elias se enrolou numa pitton de 60Kg e 4 metros de comprimento.
À noite, relaxamos com nossa primeira massagem balinesa e os primeiros drinks.
Segundo dia: Café da manhã no hotel. Vamos de motinha até Uluwatu , na Dreamland. Ondas de um azul esverdeado inesquecível. Depois, almoço e banho na Praia de Padang Padang, cenário do filme “Comer, Rezar e Amar” com Julia Roberts e Javier Barden.
Os pratos do dia são os tradicionais Nasi Gorem, Mie Gorem e Mix Sattay. Passeio pelo templo dos chiky monkeys de Uluwatu.
Calor, calor, calor. Terminamos o dia no Beach Club Finnis em Usa Dua.
Noite para provar novos drinks e outra massagem balinesa.
Terceiro Dia: Último dia e manhã de compras em Kuta e Seminyak. Meio dia de descanso noutro Beach Club: o Potato Head é um dos mais conhecidos.
Mais comprinhas de última hora, descanso e banho de piscina na vila. A noite é de pizza ova e de muita conversa gostosa.
Quarto Dia: Voamos até Lombok. O tempo de ler 5 páginas do capítulo 12 de “Por Escrito”de Elvira Vigna. Ou seja: subiu, aham, desceu. A outra alternativa é ir via mar, de lancha. Quem nos aguarda no aeroporto de Lombok é Alonso, ou Meha. De lá até o porto são 2 horas e mais uns 15 minutinhos até chegar a Gilli Trawagan, ou Gilli T, uma versão indonésia de Morro de São Paulo (Bahia) e Los Roques (Venezuela).
Pra quem não conhece, são praias alternativas, chão de areia, carroças, bicicletas, rastafaris e hippies de todo planeta. OK. Depois de todo lixo que vimos a caminho do nosso hotel bem situado, entre galinhas e entulho de obra, chegamos ao nosso Aconchego Balinês. Quem nos recebe é Dias, um relaxado hippye de dreadlock imundo. Tempo de se horrorizar e se conformar. Reserva por internet tem dessas coisas. Depois dizem que as lentes das máquinas fotográficas não mentem. E como mentem. Hora de almoçar e se embebedar com as meio geladas cervejas Bintang. Caminhamos pela estrada que circunda a ilha e nos jogamos nos almofadões da Boutique e Resort Gili Teak pra assistir o belo pôr do sol.
Obs: Abandonamos o Aconchego de carroça e nos mudamos pra Gilli Teak.
Quinto Dia: Nem parece véspera de Páscoa. Nada nos faz lembrar da data cristã. Pra variar, acordamos cedo e fomos fazer snorkel. Fantástico. Maravilhoso. Foram 4 pontos de mergulho diferentes.
Emoção ao ver e tocar uma tartaruga marinha, rever peixes ornamentais e corais bem conservados. Alugamos nossas bikes (caindo aos pedaços) e fomos comer o famoso churrasco de frutos do mar.
Sexto Dia: Rodamos a ilha de Gilli T de bicicleta. Depois de mais de 20 anos, a máxima de que quem aprendeu a andar de bicicleta jamais esquece, é absolutamente verdadeira.
Em Gilli T não existem carros.
Ou você vai a pé, de bike, de carroça ou à cavalo. Imagina quando chegam as lanchas carregadas com os turistas desavisados. A confusão diverte: no centrinho, onde todos chegam e se encontram, tem que se ter o maior cuidado: são turistas em choque arrastando malas pelas estradas de areia, bicicletas e carroças puxadas por cavalos num constante ir e vir e parar e buzinar, mergulhadores profissionais com seus apetrechos e lanchas mais poderosas, um mix de restaurantes e lojinhas de souviniers, empreendimentos imobiliários abandonados. É um vem e vai constante onde os mais atentos cuidam dos menos atentos.
Hora de fechar as malas, pegar o avião até Bali e de lá, ir de carro até Ubud, nosso destino final em Bali. Se a gente pensava que nosso maior susto seriam as motinhas de Semyniak, é porque a gente não imaginava como seria nosso transfer de Gilli T a Lombok. A van, caindo aos pedaços, com parabrisa todo trincado, sem ar condicionado nem cinto de segurança, imundo de sujo, barulhento e com goteiras, rumava alucinada nas mãos de um motorista que não falava uma palavra em inglês e que tirava os maiores fininhos dos outros carros e motinhos. Testosterona em alta no carro e a chegada – sãos e salvos em Lombok foi comemorada com os saborosos pãezinhos açucarados.
Sétimo Dia: Primeira manhã em Ubud. As cigarras e os pássaros, mais um sei lá de tanto barulho de bicho, tomam um café maravilhoso conosco. A vegetação é exuberante: helicônias, buganviles, frangipanis, palmeiras, raphis, costelas de adão … e o arrozal abraçam o charmoso hotel balinês. Fernanda quase surta com a quantidade de sapos e insetos. Saímos com Dewa que nos fala sobre a cultura e os costumes de Bali.
Conhecemos o templo da àgua,
o vulcão de Batur em Quintamani, degustamos cafés e chás, inclusive o famoso Café Luwak,
pintura em tecido patique e pintura em tela com pincel de bambu.
A vila de Mas e suas esculturas em madeira.
Dewa nos leva para conhecer a cultura e os costumes de sua vila e sua família. Como ele nos disse, o jeito de ser e viver do balinês.
Oitavo dia: Dia de aventuras radicais: quadriciclo em torno dos arrozais e rafting.
À noitinha, SPA e um jantar de fechamento da viagem. Elias e eu ficamos no hotel. Bali Bug ou Bali Belly pegou Elias de jeito.
Nono dia: Depois da febre alta, diarreia e dor no estômago, Elias fica repousando no hotel. Comprinhas finais no mercado público e uma visita muito esperada. Fomos conhecer o Ketut que leu a mão de Julia Roberts, no filme “Comer, Rezar e Amar”. Ketut está com 94 anos e quem lê minha mão é o filho dele.
O que ele disse? Nada que eu já não soubesse ou pudesse deduzir. Mas este foi um souvenir muito especial que fiz questão de trazer na memória.
Retorno a Perth. E de lá, para o Brasil.