Anos atrás me falaram sobre o Facebook: tô fora, foi a minha reação inicial. Hoje, minha companhia diária, minha conexão com outros mundos e outras pessoas. Um portal. Também me falaram sobre criar um blog e anotar minhas ideias e escrevinhações, sei não, acho que não, sou indisciplinada e vou escrever sobre o quê? Eram minhas caraminholas. Hoje, meu compromisso diário, meu registro dos dias, emoções, percepções e insights. Anos atrás eu não me imaginava sem uma agenda cheia de compromissos. Hoje, sequer tenho uma (transformei meu blog numa agenda invertida: faço, depois registro o que vale a pena). Nada que bloquinhos, recados na geladeira e papeizinhos não deem conta. E vivo muito bem assim. Aliás, como eu vivia com uma agenda daquelas? Não vivia, sobrevivia. A vida é muito mais que uma agenda lotada. Na época também tinha horário fixo no cabeleireiro e na manicure – senão como faria pra dar conta daquela agenda medonha? – e vivia com as unhas impecáveis, nada de raízes brancas aparecendo ou o cabelo fora de corte. Hoje, até faço unha e cabelo, sempre e quando tenho vontade ou algum evento exige: que seja uma noite a dois. Aprendi a usar – e amar – as unhas ao natural. E se as raízes brancas derem o ar da graça? Invento penteados, sobrevivo e retoco, sem stress ou neuras: são só meus cabelos brancos, nenhum ET. Quem diria que eu sobreviveria sem meus filhos debaixo do mesmo teto. Afinal, minha vida e agenda giravam em torno deles. Aprendi a viver vendo-os viver a própria vida. E vivo muito bem e feliz assim. Anos atrás … muita coisa era diferente: ideias, conceitos, expectativas, necessidades, … Tudo mudou. Também mudei. Não existe outra alternativa pra seguir em frente. Hoje, não abro mão do tempo livre, das noites em claro devorando livros, do cinema semanal, da minha vida virtual, de estar com minha metade da maçã de segunda a segunda, de curtir almoços e jantares com amigos, de viajar … Mas, se precisar, mudo de novo. De novo, e sempre.