Não sei a idade desta mala, nem quantas viagens fez. Sei apenas que pertenceu a meu bisavô Francisco, e a encontrei jogada no porão da casa da minha mãe. Anos atrás iniciei o trabalho de restauração, mas não terminei. Assim que meu ateliê em Florianópolis ficou pronto, decidi concluir todos meus artesanatos inacabados e terminar 2015 com tudo zerado. Entre scraps, costurinhas e pinturas, o tamanho da mala não passou despercebida. Ela parecia implorar por atenção. E assim, separei retalhos de papeis, cola, guilhotina, tesoura, e, mãos à obra.
Assim que encontrar – se encontrar – vou forrar a parte interna com tecido adesivo.
Foi o que me recomendaram.
Esta foi a parte iniciada anos atrás. A duvida era revestir com folders de viagens, e usar a própria mala, para guardar folders e souvenirs . Ou então, usar papeis antigos e usa-la para guardar retalhos de papeis antigos.
Uma das laterais da mala ficou assim.
A outra, assim.
A frente ganhou selos, relógios e retalhos.
A mala pronta atende duas funções: mesa de apoio e caixa de retalhos de papeis.
Acho que meu bisavô Francisco iria gostar de ver que sua mala, mesmo idosa e fora de moda, continua sendo útil, e, para meu gosto, muito bonita.