Ando meio sumida, consumida por outras paixões.
– novas e antigas –
Um universo calado e mitigado me assalta sobressaltado.
– exige espaço e afago –
Quer existir e se entranhar.
Deixar de ser hospedeiro.
E ser daqueles hóspedes
com direito ao quarto principal e a cabeceira da mesa.
Voltar a clinicar é voltar a respirar
e sentir no fígado a dor de tanta gente.
É fluir a energia represada, conduzindo-a numa ainda
desconhecida jornada.
Sair do próprio silêncio e cair de cabeça no silêncio do outro.
Esbarrar na própria solidão cutucando a solidão do outro.
Voltar a clinicar é colar a última peça do mosaico, é respingar a cor mais vibrante na tela de tantas nuances, é encontrar o roteiro perdido da viagem, o efeito tão desejado da forma e da cor na esmaltação cerâmica, é encontrar as únicas palavras que expressam sentimentos e emoções únicos, é acertar no tempero da berinjela, no arroz com feijão e na mistura perfeita do café com leite de cada dia.
Clinicar me remenda por inteiro:
Tantos eus
vividos e sofridos por outros,
tantas teorias e saberes pulverizados e escamoteados por anos a fio.
Enfim, me reencontrei entre o medo e a preguiça, entre livros e bordados, entre o amar e ser amada, entre o ir e o ficar, entre o passado, o presente e o futuro.
Cheguei.
É com muito prazer que quero me reapresentar:
Psicóloga de formação, Terapeuta de casais e família por opção, Escritora e Artista por paixão; Mulher, Mãe, Filha, Irmã, Amiga.
Inteira. Faminta. Curiosa.
Reincidente na arte de tratar e viver.