O ano está terminando e com ele os materiais. Entenda-se: a argila (base para qualquer cerâmica) + os minerais usados na esmaltação das peças. Felizmente, todo e qualquer restolho de argila já trabalhado pode ser 100% reaproveitado. Por isso, catei trabalhos rejeitados e ainda não biscoitados e aparas de trabalhos finalizados. A junção de todo este material rendeu uma boa quantidade de argila pronta para o reuso.
A opção foi praticar mais a técnica da Placa Cerâmica.
À princípio parece a técnica mais fácil de todas, mas não é. Os trabalhos com placa trabalham durante as queimas, o que pode rachá-los, entortá-los ou até quebrá-los, no pior dos cenários.
Não tive bons resultados com as placas anteriores, possivelmente por deixá-las com espessuras finas demais. A espessura correta é essencial para que o resultado final seja satisfatório. Nesta segunda remessa de trabalhos com placa, optei por deixá-la mais encorpada.
Uma das grandes dificuldades da técnica é a eliminação completa das bolhas que surgem enquanto amassamos a argila. Estas devem ser eliminadas com agulha e alisadas com espátula plástica. Cada bolha que persiste é um risco para quebrar a cerâmica durante a queima.
O uso de algum tecido é fundamental durante o processo. O tecido garante que ao manusear a peça, ela não fique grudada (colada) na superfície de trabalho e deforme quando retirada.
O bom desta técnica é a quantidade de peças que podem ser produzidas em pouco tempo: em duas tardes de aula, produzi 11 peças. Acho que apenas a técnica do torno consegue ser mais eficiente. Mas a técnica do torno é projeto para 2019.
Com as primeiras placas fiz 3 suportes que poderão ser usados para servir “sushi” ou qualquer outro petisco seco, para acomodar velas + tantas outras possibilidades ainda não vislumbradas.
A placa também foi usada para fazer conchas cerâmicas. Usei um molde plástico, presente de um amigo. O molde plástico não é o mais adequado, devido à dificuldade de desformar a concha; a chance de deformá-la é grande; tenho controlado um tempo de 45 minutos a 1 hora, tempo em que a argila seca o suficiente para que a concha seja retirada do molde com menos riscos de sair deformada. Mesmo assim, já perdi várias conchas.
À princípio elas serão as casquinhas para servir siri. Conforme o resultado, poderão ser usadas como porta trecos/aperitivos. Porque conchas são sempre bem vindas e muito charmosas em qualquer canto.
Também fiz folhas com placas. Usei como molde uma folha de antúrio do próprio jardim do ateliê. Assim como as conchas, além de porta trecos, as folhas podem ser usadas como pequenas bandejas ou mesmo pratos.
Ou seja, existe uma infinidade de peças que podem ser feitas com placas. Uma mais linda que a outra. E eu, estou só começando …
Todos estes últimos trabalhos, devidamente acabados até 20/12/18, ficarão parados no ateliê durante o período de férias e só serão trabalhados novamente a partir de 03/2019. É quando vão para a esteira da esmaltação. Que venha 2019.