Li num tapa – num final de semana – os dois livros da poetisa indiana Rupi Kaur.
“Outros jeitos de usar a boca” preencheu minha insônia de sexta-feira e “O que o sol faz com as flores” foi leitura entre as sonecas de domingo à tarde. O projeto gráfico era exatamente o que eu imaginaria para um livro de poesia: poesia forte e contundente + ilustrações do próprio punho da artista. Igualmente fortes e contundentes.
“Outros jeitos de usar a boca” é intenso e explícito. Temas como a pedofilia, o relacionamento sexual e afetivo entre homem e mulher, o rompimento e o resgate pessoal encontram na poética de Rupi Kaur, leveza e profundidade. A fisgada é imediata. A identificação, idem.
“O que o sol faz com as flores” amplia o espectro e aborda a luta dos pais imigrantes num país estranho, a dor, o amor, o abandono, as decepções e a crença em recomeços.
Ambos os textos são divididos em ciclos bem definidos: luta/perda/sofrimento, aceitação/recomeço e resgate da autoestima.
São livros de poesia. Poderiam ser livros de autoajuda. Aliás, excelentes livros de autoajuda.