Todo ano acontece a mesma coisa. Hoje é o Dia Internacional da Mulher e não produzi nenhum texto para o dia. Todo mundo escreve, e eu, escritora de araque, não pensei em nada, nem escrevi nada.
Andei ocupada demais. Como em todos os anos dos últimos anos da minha vida.
Não estou reclamando. Nem me justificando. Apenas constatando.
Quando acordei, vi na agenda, um compromisso agendado para hoje: Mulheres que transformam/2019, às 19:30h. Dias atrás, fui convidada a participar. Aceitei. Depois vou ver do que se trata. Aliás, stop, vou me informar.
Voltei. Depois de esclarecer as dúvidas sobre o evento, pulverizei uma mensagem legal para o dia internacional da mulher – como quase todo mundo faz – para minha lista de Whatsapp e Facebook. Acho que tudo que precisa e pode ser dito rola solto nas mídias sociais. Todo mundo fala bonito. Nada mais me ocorre.
Por acaso, estou sozinha. A casa está arrumada. A roupa lavada. As contas pagas. Os filhos encaminhados, trabalhando e tocando a vida. O marido foi tirar mel das abelhas. O máximo que me atrevo é falar um zilhão de vezes que tome cuidado e que o amo demais. Verdade. Morro de medo de abelhas. E o amo demais. Passei os últimos dias ajudando minha mãe e ontem bati o maior papo cabeça com uma grande amiga eternamente deprimida. Ela escolheu ser assim. A respeito porque as dores são dela e ela não se importa de sofrer. Pelo menos assim me parece. Se eu fosse ela – coisa que não sou – já teria chutado o balde há séculos. Ela prefere encher ainda mais o balde. Torço para que o balde entorne. Para o bem dela.
Tô me estendendo, eu sei.
Coisa de mulher conversar, oferecer ombro e colo e ajudar amigos. Cuidar e amparar os pais. Preparar e proteger os filhos e manter a chama piloto do amor acesa para todo o sempre e ainda estimular explosões e labaredas. Transformar casas em lar. Providenciar comida e carinho e roupa lavada. Ganhar e economizar um dinheirinho. Ajeitar o jardim e lembrar de comprar presentes, cantar parabéns e festejar quem amamos … levar ao médico, dentista, fazer massagem, sair de mãos dadas … A gente nem percebe o quanto faz. Só quando não faz.
E aí todo mundo percebe.
Por isso hoje, decidi comemorar o Dia Internacional da Mulher, mesmo sendo avessa a este tipo de comemoração. Os Dias de alguma coisa, esparramados estrategicamente no calendário, me soam comerciais demais. Reconheço o valor da luta feminina por igualdade e agradeço a todas as mulheres que fizeram e ainda fazem sua parte neste eterno e constante processo de evolução humana.
Parabéns a todas nós!!!!!! Eu, você, nossas mães, avós, bisavós, amigas, conhecidas, mulheres do mundo todo. Cada uma, do seu jeito e no seu tempo fazem a diferença.
Por isso, tin tin. Um brinde a todas.