O rugido do mar me intimou.
Estive ausente. O ouvi quando cheguei ontem.
Dormi ninada e mimada por ele. Cantiga de ninar este mar que aprendi a amar.
Um sono embalado e cadenciado. Sonho bom.
Fui. Final de tarde. Final de verão.
O outono paira no ar. No mar.
As montanhas, ao longe, também.
Azul grafite. Marinho. Celeste. A água “tíbia”.
Nada de golfinhos, nem peixes . As ondas se desenrolam a meus pés.
Na areia nada de conchas. Apenas o reflexo do céu.
Espelho de cores e formas.
Amarelo, azul e branco pintado de peixes e gaivotas, estilizadas ao vento.
A noite cai rápido. O estranho agito na maré que sobe,
nos pássaros que se afastam, nos ciclistas e passantes que aceleram.
O dia finda. Arranco a roupa do corpo
me perco na noite a beira mar.
A água, continua tíbia.