Quando novembro chegou
chegou também o cansaço.
Ele se entranhou na carne, nos ossos, nas vísceras.
Dominou meus pensamentos, minha alma. Meu coração.
O sono era digno de um recém nascido, de um adolescente afogado em hormônios,
de qualquer ser vivente que extrapolou e exagerou na dose de viver.
Normal. É assim que sou: Sem medidas.
Desabei pelos sofás e camas, cadeiras e redes,
absorvi a brisa do mar,
me entreguei ao edredon de penas de ganso, bebendo chá, leite quente, vinho tinto.
Descansei lendo e escrevendo bocadinhos. Tudo de pouquinho.
Estava no pó. Num fiapo de vida. Exaurida.
Guardei os crochês e tricôs.
A poeira amontoou. A casa ficou fora de lugar.
Abandonei a domesticidade.
Me resguardei.
Enfim, me recompus. Que assim seja.
É mais um ano finda.