O inconsciente é poderoso.
Magistral, o define melhor.
Mal sabia eu, que ao escrever
ele revelaria segredos abissais. Meus.
Não meus. Igualmente meus.
Cobertos por anos e anos e anos e anos e anos
de normalidade, sucesso, amor. Muito amor.
Mesmo assim, o inconsciente é implacável. Não perdoa.
Estava em algum lugar meu o que não era meu.
Mas era. Porque era de quem comigo estava.
A verdade veio à tona, fantasiada de ficção.
De faz de conta.
E a história se repetiu e se repetiria tantas e quantas vezes
fossem necessárias.
O inconsciente, eu sei, é holofote e
ilumina e guia o caminho. Um tapete de verdades e realidades.
Os roteiros mudam. Desbravam pântanos. Desertos.
Se embrenham em florestas. Afundam em areias movediças.
Roteiros da vida da gente. Que nada tem a ver com a gente.
Com a vida da gente.
São apenas roteiros.
São, nada mais, nada menos, a vida da gente.