Aprendi a fazer mosaico na mesma época em que aprendi scrapbooking. Ambos na Casa da Arte, no Brooklin, em São Paulo. A primeira peça que fiz é até hoje a minha preferida: a mesa de apoio com galhos de bambu, com pastilha de vidro.
Vieram caixas, bandejas, mandalas, outro tampo de mesa, e agora, mais um tampo. O material usado inclui pastilhas de vidro (ou azulejos), alicates apropriados, lixa, pinça, cola Cascorez, uma base, e para finalizar, rejunte de azulejo. Foi o que aprendi a fazer. Existem outras técnicas e outros materiais. Me contentei com o básico. Até houve uma tentativa de aprender a fazer o mosaico indireto (aquele em que vc cola a pastilha de vidro/azulejo num papel/tela, e depois de concluído o mosaico, o aplica na base escolhida, finalizando com rejunte). Era um projeto com o fundo do mar e muitos peixes para a beira da piscina. Desisti na segunda aula. Percebi o tamanho da empreitada, o atelier era longe e não gostei de troço todo colado ao contrário. Deu um tilt no meu cérebro. No mosaico convencional fiz um sem número de utilitários para uso próprio, dei de presente outro tanto e depois, aposentei o material. Mas antes, comprei um pequeno estoque de pastilhas de vidro. Sabia que um dia voltaria a mosaicar.
Percebo este movimento entre as artes que faço. Aconteceu com a pintura. Acontece com o scrapbooking. Conforme o conflito que estou vivendo, escolho uma forma de arte distinta para atravessar o período. E o mosaico me reporta a colar cacos. Picar, lixar, encaixar, colar. Há de ter raiva e delicadeza. Força e paciência.O período passa. O mosaico fica.
Este é o tampo em andamento. A ideia é uma mesa para a copa. Colorida e alegre como a vida deve ser.