“O bonsai despreza a juventude. Um tronco lisinho, esguio, sem marcas do tempo, nada vale. É admirado exatamente aquele que tem em suas formas uma história para contar. Sinais que falem dos ventos que sofreu, da disciplina com que foi moldado, do que o tempo fez com ele. Se a gente aprendesse só esta lição com os bonsais, quanta angústia seria evitada: é a velhice que merece ser admirada e valorizada.”
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“O bonsai é o resultado de um ser humano brincando de Deus, testando limites e tentando dominar a natureza enquanto procura a si mesmo. Com todo o respeito pelos admiradores desta arte, eu acho que todo bonsai é triste. Como se a alma de um velho estivesse presa num corpo de criança, apenas para satisfazer a vaidade humana.”
( O poder do jardim – Roberto Araújo, pg 46)