Como entender, e pior ainda explicar, que perdi o arquivo “Livros lidos em 2019”? Na beira da piscina, uma cervejinha gelada, distraída, salvei uma poesia na pasta pra postar. Substitui 48 títulos lidos por uma poesia. Ao longo dos anos perdi muitos arquivos e documentos com bobeiras assim. Pensei que estivesse blindada. Tentei reverter e acabei perdendo mais coisa ainda. Parei com tudo e forcei o computador a encerrar. Recuperei alguns arquivos abertos, mas a pasta dos livros lidos, não. Dizer o que: li quarenta e seis livros em onze meses e meio (dois inacabados: “Detetives Selvagens” de Bolãno e “Poesias” de alguém que esqueci o nome: Eliot?). Ainda não tinha definido meu livro favorito do ano: Memórias de Jung? 41 inícios falsos, de Janet Malcolm? Pedro Páramo? Certeza tenho dos dois últimos livros lidos e odiados: um útero do tamanho de um punho, de angélica freitas e A verdade é uma caverna nas montanhas negras, de Neil Gaiman. Deve ter sido castigo. Meti pau. Levei pau. Vou buscar na memória e nas prateleiras pra listar os títulos lidos e perdidos durante o ano.