É a alma da casa. Central em todos os sentidos. É quem me chama para as temporadas de inverno e as noitadas em frente à lareira: um bom vinho, meditação, livros ou crochê/tricô/bordado. Um lugar de descanso. De pensar na vida, envolvida por labaredas e espocar do fogo. Já arrastei colchão pra dormir em frente ao calor do fogo. Já arrastei sofá pra me acomodar melhor. Mas melhor mesmo, é sentar na poltrona com as pés beliscando o fogo forte que sobe em labaredas nada singelas. Botas já se retorceram com o poder do fogo. Amo este fogo rebelde e o alimento sem dó. Sei que a lareira aguenta. Ela me mostra a força do elemento fogo.
Para este espaço pintei com tinta acrílica semi-brilho preto as primeiras poltronas Sacarro que comprei, lá pelos idos anos 90; trouxe o antigo tapete egípcio (todo salpicado por fagulhas de fogo, a história de anos e anos farreando em frente ao fogo). A mesa de apoio é um pedaço de tronco de uma árvore de noz-pecan, trazida da casa de minha mãe. Talvez um dia, eu a queime na lareira, afinal, foi por isso que eu a trouxe para casa. Mas, com minha mania de adaptar, adequar e reciclar, transformei o tronco numa mesa de apoio. Por enquanto, está perfeito. Assim como o telefone, do tempo da venda do meu avô Eugênio. Tempo das telefonistas, das ligações encomendadas, dos papos rápidos com o namorado.
Se este telefone falasse!!!!
O lustre foi um presente/descarrego de alguém que conviveu muitos anos conosco e saiu de nossa convivência. Obrigada Patrícia. Por cuidar do meu filho e pela lembrança que ilumina este espaço cheio de energia.