O mapa astral foi certeiro:
Seria eu uma eterna dividida.
Não esquizo. Nem bipolar. Nem noite, nem dia.
Meio um, meio outra.
Quando estou cá, quero estar lá.
Quando lá, quero estar cá.
Uma vida dupla, numa vida plena.
Lá e cá.
Quilômetros me dividem em duas,
talvez em mais.
Meu norte tem sido juntar o leste e o oeste.
O esquerdo e o direito.
O alto e o baixo.
O em cima e o embaixo.
O lá e o cá.
O sul.
Ando exausta desta vida dupla.
Deste ir e vir e nunca chegar.
Creio eu, nasci para este eterno vagar.
neste mapa dividido, encontro-me
absolutamente
inteira.
Creio eu, busco eus por ando passo.
Existo assim,
absoluta, absurda e lindamente
esparramada. Dividida.