O ano iniciou como quase todos os outros:
Por conta da pandemia, foi menos gente, menos visita, menos comida, menos bebida,
menos trabalho, menos fogos de artifício, menos muvuca.
Foi a virada de menos …
Menos muita coisa boa,
menos muita coisa ruim.
Mantive as folhagens de Costela de Adão sobre a mesa, as helicônias nos vasos,
velas brancas, potes com sal grosso e alho. Pimentas e conchas.
As sete ondinhas. A lentilha.
Vesti minha velha blusa branca da sorte e a mule bordada de dourado.
Desejos e votos retumbaram nas mídias sociais, nos telefones,
nos abraços contidos e diminuídos entre os que estiveram entre nós.
O primeiro dia amanheceu nublado e fresquinho,
A casa registrava, óbvio, os exageros da virada.
Neste novo ano
listei mentalmente rumos para 2021.
Vício inevitável: uma bússola que mostre um norte a seguir:
Desejos, sonhos, expectativas, metas, idiotices, maluquices.
Um baú de projetos e possibilidades.
Coisas a fazer;
Coisas a abandonar;
Coisas a retomar, melhorar, mudar, enfim …
Sem agenda, sem listinha (ainda)
vislumbro anseios e necessidades.
O bom de tudo isso,
não é exatamente cumprir o programado,
é reconhecer que existem sonhos e necessidades
e motivos pra seguir em frente.
Os motivos?
Que sejam fúteis e inúteis
Nobres ou esnobes,
Saudáveis ou não,
Rentáveis ou não,
Inteligentes ou não,
Louváveis ou não.
Importa,
existirem.
Feliz Ano Novo. Que venha 2021.