Consumação

Esta ideia de consumir com tudo:

Das tintas, linhas e papeis;

Panelas, louças e roupas;

Móveis, tapetes, lustres e livros;

Equipamentos, eletrônicos, Cds, DVDs;

O esgotamento.

A dilapidação e extinção do que delimitou dias e noites da própria existência: 

os sonhos e as ambições.

A dissolução da própria existência.

Misturada que sou à história de tudo e 

todos, que me tornaram este eu apegado e atrelado,

sucumbi ao ouvir herdeira minha dizer:

que desse eu destino à tantas exigências,

a tantas extravagâncias, providências e provas de existir.

Muambeira e sucateira. Arteira. Empilhadeira da arte de viver … 

Sim, se não me apressar

alguém um dia colocará um ponto final, onde insisto colocar pontos e vírgulas.

A antessala do fim. O epílogo de uma vida. 

O arremate final não será meu. Se assim eu deixar acontecer.

Por ora, transformo camisetas em panos de chão;

Armários são reorganizados; espólios doados; 

Especifiquei herdeiros de joias e livros; arte e móveis antigos;

  • tudo ainda amadoristicamente pensando –

Pois é esta a realidade da vida. 

Um dia tudo acaba. 

E, se não quiser que outros consumam com tudo que fui e lutei …

Ainda não ando exatamente atenta aos fatos e atos

O que existe é a ideia. A certeza.

O resto ainda é, 

pura especulação.

Já é um começo do fim.

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