Quando começaram as notícias desesperadoras sobre a COVID19, no final de março de 2020, com a divulgação do que aconteceu na Itália e Espanha e depois USA, optei por passar uma temporada no RS, onde vive minha mãe, hoje com 83 anos. Como ela vive sozinha, pensei que o mínimo que eu poderia fazer era estar disponível para atendê-la nas suas necessidades diárias, até que o pior tivesse passado. Aproveitei e fiz um período sabático de 7 meses. Foi maravilhoso. Relendo os posts deste período, percebi que escrevi muito pouco a respeito desta parada tão importante na minha vida. Talvez escreva.
Quatro dias da semana ficava na casa dela. Nos outros dias, ficava na minha casa. Na casa dela, além de mantê-la segura e protegida, comecei a cumprir a antiga promessa de arrumar e modernizar sua casa. O processo foi e continua sendo exaustivo e constante. Haja tranqueira pra organizar, limpar, arrumar, sucatear e guardar. Chega a me dar calafrios quando penso sobre o futuro de todos os pertences dela. A empreitada passa por uma avaliação séria sobre o destino de tanto material. Virará sucata ou será doado a algum museu? Ambiente por ambiente, o processo – passados dois anos – ainda se mantém. Entre temporadas e dias mais focados, a gente reveza tomando café, discutindo política, assistindo TV, fofocando, fazendo crochê, mosaico, dormindo, aprendendo a mexer no celular, tocar piano e, principalmente, trabalhando no jardim. Vislumbro novas temporadas pela frente.
Há vários posts sobre restauração de móveis (na sub-categoria restauração) e alguma coisa sobre o jardim da casa. A jardim da casa da minha mãe me soa como um bom livro a ser escrito, pois ambos: o jardim e eu, passamos por uma tremenda revolução externa e interna.