sou destas

sou daquelas xaropentas quanto ao toque, beijo, abraço.

aos próximos, muito. não tudo.

contenção e respeito.

aos distantes, estranhos e estrangeiros

um aperto de mão, um sorriso.

cada um no seu espaço 

físico e emocional.

a invasão agride. ameaça.

ultrapassa limites invisíveis

em estrutura de muralha.

sou daquelas enxeridas

que cai de boca, rasga, arranha, arranca,

mergulha fundo,

corta em pedaços, pica, amassa,

congela, atiça,

fica na cola, no cangote, no rastro,

não perdoa,

come pelas bordas,

mirando o centro, o núcleo,

o trauma.

o ponto de fixação.

me lambuzo e mastigo

sentimentos e emoções,

afetos e palavras,

conflitos e desajustes … 

a mais pura desarmonia.

sou assim.

perdoe-me e me dê licença para avançar

sempre e cada vez mais.

vivo disso

você na sua poltrona.

eu na minha.

nada de toques e salamaleques.

entre nós, um mundo.

O Universo do SELF. Do Eu.

Prazer. Sabes quem sou?

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