Acho que este é o terceiro texto que escrevo sobre listas. Provavelmente ainda virão muitos outros. Por mais que reclame, não vivo sem elas. Gostando ou não, elas são bússolas de direção. Querendo ou não, faço-as no meu dia a dia, semana após semana, mês a mês. Pode ser na agenda, em bloco, bilhetes, postits. Muitas vezes ficam perdidas na bolsa ou agenda, misturadas a outros papeis. Perdidas por não cumpridas. Ou jogadas no lixo, por perderem sua utilidade. Ou foram dispensadas por serem dispensáveis. Ou foram simplesmente, cumpridas. Mas tem uma que reina majestosa e soberana e serve de guia para todas as outras. É minha Lista 1 de “Boas Intenções” também chamada de “Metas do Ano”. A primeira lista do ano. A número 1. Começou com um papelzinho solto , um guardanapo ou pedaço de papel qualquer. Apenas uma frase solta me lembrando do que eu jamais deixaria se repetir no ano vindouro. Durante o ano, frente à alguma eminente recaída, a frase relida me mantinha na linha. Depois comecei a tecer pequenas listas com expectativas. Minhas listas foram evoluindo e se especializando. Hoje minha Lista 1 tem Título e Subtítulo. Tipo: Pessoal, Familiar, Profissional, Acadêmico, Viagens, Projetos, etc. Depois do Título elenco minhas atividades pormenorizadas, a ponto de criar uma pequena programação ao longo do ano. Mês a mês. A medida que cumpro as metas – como em todas as listas menores – vou ticando e riscando meus sucessos. Os pendentes retornam para a Lista 1 do ano seguinte e sobem para as primeiras posições. São as que merecem maior atenção e dedicação. Para não acabarem em fracassos repetitivos. Tenho 3 itens que reinam absolutos em minhas Listas 1 nos últimos 5, 10, 15 anos. Ou seja, minha tragédia pessoal inconfessável. Mas são itens com melhoras significativas, que até poderiam receber um meio check. De qualquer forma, os mantenho no topo da Lista 1. Ainda precisam de um olhar atento e dedicação. É importante deixar claro o que se pretende fazer. Nada de generalizações (estas podem ser apenas o subtítulo). Tipo: cuidar melhor dos relacionamentos, do corpo, da carreira profissional, terminar tudo que está começado. O correto é colocar a atividade que evidencia o que se quer. Tipo: ligar pelo menos duas vezes por semana para a mãe, caminhar no mínimo 3 vezes por semana, fazer um curso de Grafologia, terminar de bordar o tapete arraiolo, ler 4 livros por mês, etc. Quanto mais claros estiverem as atividades, mais fácil de executá-las. Esse ano decidi inovar. Além da famigerada, maravilhosa e útil Lista 1, estou criando uma outra, mais subjetiva. É a lista – ainda sem nome e incompleta – de impressões. Tipo: Maior Arrependimento, Maior Surpresa, Maior Aprendizagem, Maior Perda, Maior Ganho, Vitória Espumante, Fracasso Retumbante. Pensei nesta lista porque, por mais detalhada e organizada que a outra lista seja, sempre acontecem imprevistos e surpresas ao longo do ano. Nem tudo e predizível nem previsível. A vida tem sua própria lista. Para quem nunca fez este tipo de lista pode pensar ou acreditar que, em meio a tantas cobranças e limitações, é no mínimo, um comportamento masoquista cruel e perverso manter um superego exigente em período integral, por vontade e conta própria. Respeito quem assim pensar. Particularmente, eu e meu superego – flexível e compreensivo – adoramos as listas. Este ano, além dos 3 itens – frequentadores vips do topo da Lista 1 – outros 4 subiram suas posições. Ainda não foram ticados. Mas não são Fracassos Retumbantes. Apenas, ainda não aconteceram. Mas sei que vão acontecer. A minha parte é criar espaço para que aconteçam, mas como surgiram surpresas e imprevistos, não foi em 2011. Talvez em 2012.
Quer uma dica de como fazer sua Lista 1?