Amo a tranquilidade deste lugar,
dos gorjeios dos pássaros, de todos os tipos,
que circundam e invadem a casa por todos os cantos;
dos gatos, senhores de si, donos desta casa sem dono presente.
São eles que fazem a ronda e descansam debaixo das cicas, das fênix,
em meio e rodeados da mandala de sol.
As orquídeas, as bananas e as jabuticabas, e agora as pokan,
crescem a Deus dará. Enchem de vida este lugar.
Aos poucos a casa fica com jeito de casa:
Vou arrebanhando móveis antigos e desgastados
Envolvo-os de sonhos de um amanhã cheio de vida e alegria.
O silêncio e a solidão são amigas sempre bem-vindas,
sempre presentes. Dispensamos o lado de fora da cerca.
O dentro se basta e se completa.
Com elas – a solidão e o silêncio – me preencho,
e sei, elas vivem sossegadamente nesta casa.
Também sei o quanto elas amam a chegada destes abandonos e farrapos.
Somos todas a alma desta casa.
Estropiadas, sucateadas, esquecidas.
Todas, ganhamos vida neste lugar.
É por isso que sempre volto.
Até chegar o dia de cravar raízes,
feito os kaizucas que ladeiam a casa,
ou os plátanos que a margeiam.