Depois da chuvarada
uma caminhada pela praia.
A mansidão das ondas e a timidez do sol
lembraram a vida e a morte.
Aquela manhã, recém superada e vencida.
Ultrapassada.
A morte, percebo cada vez mais,
Imita uma visita aguardada e desejada:
um, parte de forma melancólica, acanhada e tímida.
outro, encerra sua jornada heroica, acabado e agitado,
outros, aparecem de quando em quando.
Entre lágrimas que caem, vários sentimentos.
Conflitos. Hipocrisia. Maledicências.
Me retirei.
Não suportei.
Engatei a vida e segui.
Retornei à ilha da magia.
O caminho é longo e cheio de surpresas.
O céu faz uma pagelança de sol e chuva,
nuvens carregadas e passeadeiras.
Quando chove feito a dor que sinto,
reduzo a marcha, agarro o manche,
levo o nariz e o olhar ao para-brisa.
Preciso ver, cheirar e sentir aquela enxurrada
e redescobrir o caminho. A estrada.
Depois da chuva torrencial, da escuridão fenomenal,
nuvens brancas sorriem e se engraçam a frente,
revelam vários arco íris:
completos, duplos, vistosos e discretos.
E lá vinha o negror, a chuva torrencial,
a marcha reduzida, o nariz no para-brisa. De novo e de novo.
A vida se mostrando, a morte rondando.
Num vai e vem constante. Aflitivo e reflexivo.
Próximo ao destino
uma lua cheia, imensa, amarela, pintada de sol
desponta no horizonte e guia o caminho.
Depois da chuva e do arco-íris, vem o sol.
Na estrada e na vida.
Agora, cato conchas na areia,
me refresco nas águas mornas do mar.
Lembro dos livros que chegaram.
Vou ler Verônica e os pinguins.
Acho.
A caixa de encomendas veio recheada e diversificada.
A vida também.