Ponto de Equilíbrio

Acabei de voltar da ioga. Ando, pra variar às voltas, com dieta e academia. Pra variar também, estou acima do peso, sem perspectivas de emagrecer. O que perco com tortura e sacrifício em 3/4 dias (este tem sido meu tempo de tolerância pra alface e proteína e restrição de carboidratos e doce) recupero numa noite de queijos e vinhos e sorvete com morangos. Ando completamente indisciplinada e revoltada com os resultados dos meus esforços. E jurei pra mim mesma, não fazer nem dietas malucas, nem tomar medicamentos. Não sobreviveria comendo 2 ovos por dia + 4 biscoitos cream cracker como fez uma conhecida. Morreria de fome, desgosto e apatia. Também não sobreviveria comendo somente proteínas. A imagem de uma cobra com um boi entalado na garganta, me define perfeitamente nesta condição.

Decidi que, por enquanto, vou comer e beber o que alimenta meu corpo e minha alma. Decidi me amar do jeitinho que sou e estou. E vou ficar bem.

Sobre a ioga de hoje. Posso garantir que foi a primeira e última vez que fui. Pelo menos com esta professora, adepta – sem sombra de dúvida- de tortura física e humilhação coletiva.

Posso explicar: ainda não. Meus braços continuam tremendo e minha cabeça ainda não encontrou o ponto de equilíbrio.

Diário de uma dieta

O texto não é meu. Bem que poderia ser. Não tanto pela criatividade e genialidade, mas pela situação, tão conhecida minha. Preferi reproduzi-lo na íntegra pra de tempos em tempos – entenda-se – sempre que estiver de dieta, poder relê-lo, me reconhecer, rir das recaídas e seguir em frente.

“ Meu Querido Diário:
 Hoje começo a fazer dieta. Preciso perder 8 kg. 
O médico me aconselhou a fazer um diário, onde devo colocar minha alimentação e falar sobre o meu estado de espírito.
 Sinto-me de volta à adolescência, mas estou muito empolgada com tudo.
Por mais que dieta seja dolorosa, quando conseguir entrar naquele vestidinho preto maravilhoso, vai ser tudo de bom.

Primeiro dia de dieta:
 Uma fatia de queijo branco.
 Um copo de diet shake .
Meu humor está maravilhoso.
 Me sinto mais leve.

Segundo dia de dieta: 
Uma saladinha básica. 
Uma fatia de queijo branco.
 Algumas torradas e um copo de iogurte natural. 
Ainda me sinto maravilhosa.
 A cabeça dói um pouquinho, mas nada que uma aspirina não resolva.

Terceiro dia de dieta: 
Acordei no meio da madrugada com um barulho esquisito.
 Achei que fosse ladrão.
 Mas, depois de um tempo percebi que era o meu próprio estômago.
Roncando de dar medo. 
Tomei um litro de chá. 
Fiquei mijando o resto da noite.
Anotação: Nunca mais tomo chá à noite.

Quarto dia de dieta: 
Estou começando a odiar salada. 
Me sinto uma vaca mascando capim. 
Estou meio irritada. 
Mas acho que é o tempo.
 Minha cabeça parece um tambor.
Janaína (aquela estagiária novinha) comeu uma torta alemã hoje no almoço.
 Mas eu resisti. 
Comi só duas fatias de queijo branco.
 Anotação: Odeio Janaína

Quinto dia de dieta:
 Juro por Deus que se ver mais um pedaço de queijo branco na minha frente, eu vomito!
 No almoço, a salada parecia rir da minha cara.
 Gritei com o boy hoje! 
E com a Janaína. 
Preciso me acalmar e voltar a me concentrar. 
Comprei uma revista com a Gisele na capa.
 Minha meta. 
Não posso perder o foco.

Sexto dia de dieta: 
Estou um caco.
 Não dormi nada essa noite.
 E o pouco que consegui, sonhei com um pudim de leite.
 Acho que mataria hoje por um brigadeiro.

Sétimo dia de dieta: 
Fui ao médico. 
Emagreci 250 gramas.
 Tá de sacanagem! 
A semana toda comendo mato.
 Só faltando mugir e perdi 250 gramas! 
Ele explicou que isso é normal. 
Mulher demora mais emagrecer, ainda mais na minha idade.
 O FDP me chamou de gorda e velha!
 Anotação: Procurar outro médico.

Oitavo dia de dieta :
Fui acordada hoje por um frango assado.
 Juro! 
Ele estava na beirada da cama, dançando a dança do ventre.
 Anotação: O pessoal do escritório ficou me olhando esquisito hoje,
 Janaína diz que é porque estou parecendo o Jack do “Iluminado?”.

Nono dia de dieta:
 Não fui trabalhar hoje .
O frango assado voltou a me acordar, dançando a kara karamba kara karaô dessa vez.
 Passei o dia no sofá vendo tv.
 Acho que existe um complô.
 Todos os canais passavam receita culinária.
 Ensinaram a fazer Torta de morangos, salpicão e sanduíche de rocambole. 
Anotação: Comprar outro controle remoto, num acesso de fúria, joguei o meu pela janela.

Décimo dia de dieta:
 Eu odeio Gisele Bundchen! 
Com photoshop até a Dercy Gonçalves fica gostosa.

Décimo-primeiro dia de dieta: 
Chutei o cachorro da vizinha. 
Gritei com o porteiro.
O boy não entra mais na minha sala e as secretárias encostam na parede quando eu passo.

Décimo-segundo dia de dieta: 
Sopa. 
Anotação: Nunca mais jogo pôquer com o frango assado. Ele rouba!

Décimo-terceiro dia de dieta: 
A balança não se moveu.
 Ela não se moveu!
 Não perdi um mísero grama! 
Comecei a gargalhar freneticamente.
 Assustado, o médico sugeriu um psicólogo.
 Acho que chegou a falar em psiquiatra.
 Será que é porque eu o ameacei com um bisturi? 
Anotação: Não volto mais ao médico, o frango acha que ele é um charlatão.

Décimo-quarto dia de dieta:
 O frango me apresentou uns amigos.
 A picanha é super gente boa, e a torta, embora meio enfezada, é um doce.

Décimo-quinto dia de dieta: 
Matei a Gisele Bundchen! 
Cortei ela em pedacinhos e todas as fotos de modelos magérrimas que tinha em casa.
 Anotação: O frango e seus amigos estão chateados comigo. 
Comi um pedaço do Sr. Pão. 
Mas foi em legítima defesa. 
Ele me ameaçou com um pedaço de salame.

Décimo sexto dia:
 Não estou mais de dieta. 
Aborrecida com o frango, comi ele junto com o pão.
 E arrematei com a torta.
 Ela realmente era um doce ……..

Frase de Reflexão:
 Certas dietas são simples:
Basta cortar o açúcar, as frituras, as massas, as bebidas alcoólicas, os pães e os pulsos.”

Fonte OGlobo ‪#‎piada

De manhã cedo

Acordei com o estômago bulinando as costas.

Meu coração, pequenininho, pressente o perigo.

Estou faminta.

Estou de dieta

à quinze passos de dizer adeus

à fome, à dieta

à Sociedade da Magreza

– a qual insisto pertencer, mas que persiste em não me aceitar –

O crime é palpável, tem gosto de pão quentinho.

Começo a escrever.

Desvio meu percurso.

Evito o impacto.

Descasco ovos.

Degusto café, aos poucos.

Tudo é pouco.

À Sociedade da Magreza,

tin tin.

Estado de Espírito: Dieta

Acho que entrei num estado permanente de dieta desde que meus hormônios se manifestaram e comecei a me desenvolver em todas as direções. São mais ou menos 40 anos às voltas com a balança, o espelho, receitas, contagem de calorias, livros e tipos diferentes de dietas e exercícios, academias e alternativas pra driblar o apetite e os P-M-G do armário. São incontáveis tentativas e fracassos de emagrecer e manter o peso. Emagrecer já foi mais fácil – aos 50 anos o corpo já cansou de brincar de estica e puxa e está mais resistente, e a reeducação alimentar tornou-se uma saga de avanços e retrocessos permanentes. Chega uma hora em que a gente acha que sabe tudo sobre o que fazer pra emagrecer, e o nutricionista ou endocrinologista, assumem a ingrata função de fiscais da nossa rebeldia alimentar. Só que saber não é poder, muito menos, fazer. De tempos em tempos, me rebelo com a disciplina alimentar e, invariavelmente, recupero tudo o que perdi em termos de peso – quando não adiciono mais alguns quilinhos indesejáveis. Nunca fui obesa. Fofa, robusta, encorpada, sim. E magra, só quando me chamavam de mosquito elétrico, até os 10 anos de idade. Pelo que me lembro, fui uma criança magra e espoleta, uma adolescente em busca da aceitação do novo corpo (como todos os adolescentes) e uma adulta em constante processo corporal. De tudo que vivi e aprendi até hoje sobre o assunto peso/dieta, certeza absoluta é que pra mim, emagrecer ou engordar é puro estado de espírito. Tem épocas que meu corpo quer mais e mais e mais doces.Tem épocas em que ele rejeita doces e se contenta tranquilamente com poucas calorias e uma alimentação saudável. Entre meus períodos ansiosos e depressivos e meus períodos tranqüilos, engordo e emagreço. Pra entrar no estado de espírito de engorda é rápido e fácil: é só não saber ou querer controlar minhas emoções. Muitas vezes me saboto e engordo por motivos conscientes e inconscientes. Pra entrar no estado de espírito de vida saudável (alimentação + exercícios) é mais trabalhoso e demorado. Meu nível de conscientização precisa atingir níveis elevados e alcançar um estranho equilíbrio fisio-psicológico. É quando seguir à risca o que posso e devo comer e fazer, torna-se natural e perfeitamente possível. É quando meu corpo não se sente esfomeado nem fatigado. É quando os limites e a disciplina se incorporam perfeitamente à minha natureza e meu dia-a-dia. É quando estou em paz comigo mesma. E, como a vida alterna períodos ansiosos e tranqüilos, alterno meus estados de espírito na mesma sintonia. Por isso, quando o equilíbrio se instala, é hora de retomar a dieta.

Exigente

A gente escova dentes,

 cabelo,

toma banho,

veste-se, arruma-se, ajeita-se,

Tudo, tudo, tudo 

faz-se

tão mecânico, automático e robótico.

Assim,

a gente come,

e

se completa com tudo.

  O corpo se satisfaz,

afoga-se em delícias e prazeres.

Mas,

nem dentes, nem cabelo,

nem o tudo, tudo,

soam o alerta.

O corpo,

este sim,

é implacável:

ele não gosta

nem de desatenção,

nem de descuido.

De tempos em tempos

ele se expande,

transborda.

Quer aparecer,

ser percebido,

ter atenção.

Torna-se exigente:

nada de fasts foods.

Ele quer:

poucas calorias + muitos exercícios + total disciplina.

Então,

pra variar,

lá vou eu de novo:

Dieta à vista.

Carmen

Parece que estou ouvindo as palavras do Dr. Renato: “Nada de bebida alcoólica, nada de bebida com gás, nada de doces. Absolutamente nada. O que você pode comer está nesta lista. E faça pelo menos uma hora de exercício por dia. Se puder fazer mais, melhor. Nos vemos em um mês.” A lista que ele me deu é no mínimo uma sentença de morte por inanição. Ninguém consegue sobreviver comendo tão pouco e ainda se exercitar. Pelo menos ele receitou um remedinho pra segurar a minha fome. Senão eu já tinha morrido, ou, mandado o doutor e a dieta pro espaço.

Mas desta vez, eu vou conseguir. Preciso entrar naquele vestido de qualquer jeito, ou não me chamo Carmen. Prometi usá-lo nas minhas Bodas de Prata, e eu não vou fazer feio nas fotos. Preciso perder os dez quilos que me transformaram numa baranga baleia horrorosa. Isso mesmo. Uma baleia. Eu vou, eu preciso conseguir. Não existe outra alternativa: ou emagreço, ou emagreço.

O duro é aguentar minha TPM esculhambada, o Marquinho que está sempre viajando e reclamando, minha filha que não se contenta com nada e quer sempre mais, mais e mais. Até parece que dinheiro é capim. E eu, aqui, em frente ao freezer, encarando o pote de sorvete. Literalmente hipnotizada pela caixinha branca com tampa vermelha. Um Napolitano intocado. Quem comprou este pecado em forma de delícia? Já abri e fechei a porta do freezer não sei quantas vezes, mas é como se tivesse um ímã me puxando. Aí, lembro das palavras do Dr. Renato, do vestido, das Bodas. E agora, este sorvete. Meu Deus, eu amo, sou louca por sorvete! E depois, o Dr. Renato disse que dieta era de segunda à segunda. Nas minhas recaídas, eu faria o fim de semana. Tem quantos dias que estou sem comer nada de doce? Quatro ou cinco dias? Uma bola. Duas. No máximo. Que mal pode fazer?

Me sinto outra. Zero bala. Ainda posso sentir o doce gelado achocolatado mesclado com baunilha e morango, acariciando minha boca e me afagando inteira, por dentro e por fora. O mundo que se dane. Dr. Renato que se dane. Tudo que se dane, o Marquinho, as Bodas … E quer saber, baleias são seres muito interessantes. Amo as baleias. “Save de whales”.

Rrrooonnngggrrr

É gostoso acordar assim. De mansinho. Devagarinho. Sentindo o mundo existir aos poucos. Os pássaros continuam aquela sinfonia matinal “piupante”, irritante, incessante. Meus ouvidos são os primeiros a abrir os olhos. Ouço tudo não vejo nada. Me localizo no tempo e  espaço. Este silêncio “piupante” é meu Xangrilá. Começo a sentir os pés gelados e uma dorzinha – companhia de uma vida inteira – se instalando e se irradiando rapidamente. Ainda de olhos fechados – me nego a acordar – apalpo ao redor em busca do cobertor, do edredon, da gaveta, do Biofenac DI. Não tem jeito, tenho que abrir os olhos ou tomo Serenus, Tandrilax, Lexotan ou Icaden em óvulo, por engano. A cabeça, aos poucos, sai da roda e do rodopio dos sonhos. Pareço uma bêbada de ressaca. Mas não bebi nenhuma gota de álcool nos últimos – conto dedo a dedo – onze dias. O estômago rrroooonnnggggrrrr e o fígado iiiiiuuuuuuggggghhhh. Tico e Teco, a ala neurológica, estão discutindo quem vai religar a máquina. O CNC – comando nervoso central – está de férias, em greve, sob assalto, fora de combate.  Mas não tem jeito. Estou acordando. Deitada de lado, já bem cobertada e sedada – o hábito e a necessidade mensal instalaram a associação Biofenac DI = Fontol infantil. Em jejum, sem água, qualquer hora, lugar, situação, apenas a trégua das agulhadas – e aquele pratinho triangular com restos de torta caem como as imagens de uva, maçã, cereja e o X, no aparelho caça níqueis. As fatias do bolo de chocolate amargo embatumado e gelado mesclado com amendoim e pelo suposto biscoito Maria embebido ao rum, mais o pinhão, os docinhos da D. Helena. Melhor não lembrar do que mais. Entrei num transe açucarado. Ou coma diabético. Orgia? Ou puramente, simplesmente e infelizmente, outra recaída. Esta constatação me faz sentir – imediatamente – o acoplamento. Vem à mente a cena de Arnold Scharzenegger, naquele filme futurista, na plataforma de embarque, em que transmutado de mulher seu rosto é substituído por camadas e camadas e camadas de pedaços de metal. Como se chama? O vingador do Futuro? É um filme antigo. E só lembro dessa cena, nada mais. Nem enredo, nem coadjuvantes. Nada. Memória deletada. Mas em vez de desacoplar, sinto-me acoplando células infladas nas coxas e cintura, recuperando os míseros centímetros perdidos. A cabeça doi. De gripe e culpa. A cólica aumenta e me lembra do culpado de tudo. TPM. A cena do prato obceno de chocolate negro me provocando, espoca na memória. O ataque irrefreável e indecente e a lembrança indelével nesta manhã pesam dolorosamente. No corpo e na alma. Acordei. O corpo se agita e se impõe. Quer coisas. Quero dormir e esquecer.

Como o diabo gosta

É assim que me vejo. 9:50h. Esparramada no sofá, checando e-mails, o livro “Entre Atos” de Virgínia Woolf ao lado, Carmina Burana de Carl Orff ao fundo, tomando café sossegadamente. Lá fora o dia está cinzento e frio. Nuvens do vulcão chileno. Compromissos do dia: almoço com minha “boadrasta” e cabelereiro às 16.  E é isso. Vontade de caminhar? Nix. Desde que cheguei ao sul, há exatos 10 dias, troquei a academia (plano bloqueado por um mês) pelas caminhadas diárias e massagens com drenagens linfáticas. Faço massagem 3 vezes por semana – exercício passivo – e as caminhadas, infelizmente não tem sido diárias. Poderia listar inúmeras razões para este relaxamento mas a esteira aí do lado não me permite nenhuma complacência ou desculpa. Minha dieta tem seus altos e baixos, mas no geral, estou indo bem. Fazia tempo que não escrevia sobre a academia e talvez tenha dado a impressão de que assim como a escrita, também a prática física tenha ficado de lado. Tenho saudades do meu menu matinal de torturas. Com o tempo fiz amigas, meu corpo foi acostumando e selecionei aulas e horários sagrados nas minhas manhãs de academia. Retorno dia 8 de novembro, e, tenho que admitir, não vejo a hora. Meus dias – antes cansativos e doloridos – tornaram-se divertidos e dinâmicos. Passamos – eu e meu corpo – a ansiar por determinadas aulas. Ioga e AXIS (uma espécie de automassagem com rolo) eram as relaxantes. As aulas de Localizada e ABS (abdominal) as que mostravam resultados. Mudei a cor dos pesos. Do azul fui ao amarelo e ao verde, ou seja, dos 500 g a 1 e 2 Kg, tanto para pernas como braços. Sair dolorida destas aulas começou a simbolizar exercício bem feito, e não tortura. As aulas de alongamento me envaidecem sempre: fofinha e flexível. Programas de Esteira e Musculação, intercalados entre si, fechavam 2 a 4 horas diárias de academia. As aulas de Dança do Ventre, fechavam duas das minhas manhãs, mas começo a concluir que, definitivamente, uma gaúcha branca de descendência alemã, tem tanta aptidão para o remelexo da dança exótica e sensual quanto um cabo de vassoura. Mas, como taurina teimosa e determinada, tenho alguns meses para que minha “performance” a La Shakira não seja minha ruína completa como bailarina.

O sol começa a sorrir lá fora, já são quase 11h, e combinei pegar minha filha na academia (a dela) em cinco minutos.

Amanhã vou fazer meu exercício passivo. E caminhada também. Possivelmente antes do sol se por.

Filmes

Ando assistindo muito filme. Acho que é cansaço. Preguiça talvez. Certeza é que sonada, produzo pouco. Dolorida, faço quase nada. A regressão em frente a qualquer telinha até tem seus encantos, quando todo resto mostra-se distante e inalcançável.
“Quero matar meu chefe” foi o primeiro desta fase. Hilário e imperdível. Certeza de boas gargalhadas. Recomendadíssimo. Fomos eu e a Si no Cine TAM a bordo de um saco de pipocas. Despedida das guloseimas e preparação para a dieta.
Sempre tive uma quedinha pelo “Predador” mas tenho que reconhecer que andam avacalhando meu Ídolo do Mal. Depois de Predador 1, 2 e 3, Predador X Aliens, inventaram o “Predadores”. Está passando na SKY. Começo a sentir pena do meu vilão.
Também assisti Cleópatra, com Elizabeth Taylor e Richard Burton. Filme antiguinho, mas um épico. Um dos meus gêneros preferidos. Também na SKY.
No cinema também fui ver “Onde está a felicidade”. Agora já sem pipocas. Bruna Lombardi é uma chef de cozinha em crise existencial, afetiva e profissional. Rapidamente o casamento entra em crise, o marido entra em crise, e por que não dizer, o próprio filme entra em crise. Entre a caminhada peregrina de Santiago de Compostela e a cidade de São Paulo a trama se desenvolve. Ora agradando ora irritando. Algumas cenas bem que poderiam ser cortadas. Poucas reflexões e insights. Algumas frases geniais, algumas risadas. “A comida é o novo sexo” foi a frase que ficou. Em meio à dieta estou à míngua. Para quem foi peregrina em Santiago de Compostela esperava mais. Muito mais. Fico mais exigente quando estou com fome.
Assisti a outras reprises. Na TV. Teve a noite catastrófica com “Um dia depois de amanhã” seguida por “Independence Day”. Do início ao fim. Além de muitos pedaços de filmes, pescarias, caçadas, obras, gazelas, zebras. Enfim, o tipo “olhar TV com o marido”. Vários filmes e programas ao mesmo tempo. Hora de buscar o bordado pra não pirar ou brigar. Com fome vivo no limite.
Nesta semana o controle remoto é todinho meu. Filmes completos com direito a comentários e se der outra recaída, à pipoca também. Maridinho foi viajar. A cama também é todinha minha.
A dieta está me deixando preguiçosa, cansada e pouco criativa. E o pior de tudo, egoísta.