Releituras

Faço muitas. Adoro reler livros de que gostei. Muitos livros releio pelo enredo, outros pela técnica, os livros técnicos que pedem uma revisão, outros para fazer uma maratona de um determinado autor. Outros nem sei bem pq. Foi o que aconteceu com Claraboia de José Saramago. Não lembrava de já ter lido o livro. À medida que avançava na leitura fui me deparando com cenas que me soavam muito familiares. Intrigada, fui pesquisar no blog e encontrei uma anotação de 2013. Já havia lido o bendito livro. Havia reparado que o livro, mesmo super bem conservado, já andara nas mãos de algum leitor razoavelmente cuidadoso. Euzinha.

Coisas de memória. E assim, assistimos filmes que, por conta de uma cena, percebemos que já vimos em outro momento. O mesmo acontece com os livros. Mesmo percebendo tratar-se de uma reprise ou uma releitura, muitas cenas/capítulos nos parecem novos, enquanto outros, vão desbravando-se e nos levando cena após cena, capítulo após capítulo , numa corrente de lembranças até chegarmos ao final.

Pois, Claraboia foi se desnudando aos poucos. Foi a primeira releitura do ano com cara de leitura nova.

Sobre o livro? Super recomendo.  

E 2021 começou

Pra variar, nem “Banquetes Intermináveis” nem “O poder do Agora”. Estes já estão naquela pilha dos livros iniciados e não finalizados. Instigada por uma amiga que disse não conseguir ler o escritor português, baixei o livro “Claraboia” de José Saramago e me pus a ler. Uma delícia de texto. Assim como foi ler “Caim”, também de Saramago. Uma delícia. O próximo cotado, do mesmo escritor, redescoberto na última organização da biblioteca é “A jangada de Pedra”. É com Saramago que inicio meu ano literário. (E, ops. Não é que eu já havia lido Claraboia em 2013? Bem que o enredo me soava familiar … mesmo assim, continua sendo bom.)

Pra variar, também não fiz listas de metas e providências, nem coloquei as cartas de Tarô – um hábito/ brincadeira antiga. Ainda tem tempo. Imagina que sequer preparei o scrap da capa da agenda de 2020. E 2021 começou. Sequer comprei agenda para este ano. A dúvida é: vou comprar? Com certeza. Que seja pra fazer listas + listas, anotações, textinhos, textões. O que realmente espero é preencher a agenda com compromissos e pacientes. 

A sensação de incompletude me fez iniciar o ano com o firme propósito de finalizar o que está iniciado: os crochês, as cerâmicas, os textos, as faxinas. Há muito a fazer, mas também pouco: algumas quirelas e pendências que precisam de um ponto final. Aos poucos me pego anotando um pequena providência aqui, um conserto acolá. O verão será assim: cheio de arremates e fechamentos. São pequenas listas produzidas a partir de outras listas, com alguns itens não ticados. A motivação é finalizar o infindado.  Infindável, talvez?

Como vivemos no país em que o ano começa após o Carnaval – mesmo que neste ano a festividade esteja cancelada, por conta da COVID19 – a ideia é só planejar 2021 após esta data. Até lá, vou finalizando o que foi iniciado; planejar e avaliar mentalmente projetos que zanzam há tempos, feito miríades de pirilampos, ideias e pensamentos. São projetos que exigem energia e determinação e um ano inteiro de experimentação e adequação.

Por ora, vou curtir Saramago, as maratonas na Netflix, o mar, os banhos de sol, e diariamente, dar cabo aos bocados de 2020.