Montanhas Rochosas e Alasca – uma experiência de tempos e momentos

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Avião, moto, carro, navio, trem, ônibus e avião. Uma viagem contemplativa da capacidade humana e grandiosidade da natureza. O primeiro tempo, no lombo das Harley Davidson. Viagem internacional de moto exige uma logística trabalhosa e cara.

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Pra quem gosta vale à pena – mesmo quando o sol tira férias e deixa chuva, vento e frio como substitutos. Depois de 1500Km de curvas e retas encharcadas, dias nublados com pitadas de sol, montanhas escarpadas e nevadas, rios de degelo, pinheiros num degradê de formas e cores, hotéis aquecidos de beira de estrada, pubs barulhentos, fomos conhecer o Alasca de navio.

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Uma cidade flutuante chamada Norwegian Sun passeando pelos largos canais e fiordes gelados. X restaurantes, X lojas e Duty Frees, X elevadores, X quartos, X passageiros, X hidromassagens, piscinas, salas de ginástica, bares, cinema, teatro, decks com espreguiçadeiras, quadras de esportes, biblioteca, mesas de ping pong – e, certamente muita coisa que não vi nem lembro – transformaram a viagem e a semana. Como bem definiu alguém, viajar de navio é levar o hotel a reboque. Prático e cômodo.

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Os primeiros dias foram chuvosos, nublados e ventosos. E, como disse outro alguém – qual o problema? Não temos escolha – saio com a mochila munida de roupa impermeável, luvas, gorros, cachecóis para qualquer imprevisto climático.

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Fico sabendo que os dias estão “amazing” já que em alguns lugares chove em torno de 360 dias por ano. Bom saber que isto é possível. Imprevistos à parte, o cruzeiro começou cheio deles: reservas trocadas, vouchers perdidos, mochilas extraviadas, atrasos. O stress de toda viagem. Depois de acomodados, hora de relaxar e aproveitar.

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São 7 dias com 3 paradas (Ketchikan, Juneau, Skagway) saindo de Vancouver chegando em Anchorage. Depois uma imersão no continente gelado, by train.

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Preferiria que fosse inverno. A primavera mostra-se insípida. Os pinheiros congestionam a paisagem e o Alasca fica com sorriso amarelo. Falta a essência da dureza e da dificuldade dos ambientes inóspitos. No Parque Denali, cadê os ursos? Cadê os salmões? A viagem de trem e de ônibus mostra os pontos mais distantes. E apenas isso. Voltamos a Vancouver, uma cidade maravilhosa que merece ser revisitada.

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Duas rodas pelas Rochosas no Canadá

De Calgary a Vancouver – no Canadá – de Harley Davidson. Segunda aventura sobre duas rodas na América do Norte nos últimos tempos. Diferentemente da seca Rota 66, as Montanhas Rochosas reservam chuva, frio, neve e gelo.
saindo de CalgariA primeira parada aconteceu em Banff, a 200 km de Calgary, abaixo de chuva e frio de 7 graus, três calças, dois blusões de lã, casaco de couro e roupa impermeável, dois pares de luva e meias – sim, estou quadrada e ágil como uma astronauta.

banf 7 grausIndo em direção a Lake Louise e Moraine Lake encontramos um grupo de motoqueiros brasileiros. Viajar em grupo faz esquecer o frio. A paisagem nevada esconde belezas e um perigo, uma fina lâmina de gelo.  Precisamos ficar atentos com a pista escorregadia.

Moraine LakeLake Louise foi o lugar mais fotografado – perdi a conta dos flashes – e muito bem explorado. Depois de dois dias nublados, chuvosos e gelados, amanhecemos com um sol tímido mas cheio de promessas.

lake louise 3O lago é de um azul espetacular.

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Viagem em grupo organizado pelo próprio grupo tem destas coisas: campo, flores, aspargos, morangos, montanhas, gente perdida-nervosa-estressada, testosterona em alta, jantares bons ou apimentados até a alma, passeio de moto com os principiantes, sol, chuva, casamento de viúva, enxaqueca, muitos cafés, chocolates quentes, vinhos, curvas, pinheiros, pileques, neve, lábio rachado, cabelo enozado, dor nas costas, frio, emoção, arrepio, aventura, sonho, hotel de ***** e de beira de estrada, amigos, beijos, abraços, malas, malas e mais malas, 1500 Km, para-olha-volta-pergunta-seinforma-continua… um carro de apoio.

CHEGANDO A VANCOUVER

A chegada em Vancouver – pra variar – foi tumultuada e estressada. Parte do grupo devolve as motos, o carro. O outro grupo faz “check in” no navio, cria confusão com documentos e idioma. Uma mochila perdida. Nada que sete dias de cruzeiro pelos fiordes do Alasca não acalmem.