Recomendo a todos que tenham um:
ideal é quando tem portas e janelas;
se tiver história é ainda melhor.
A gente pode se refugiar no banheiro,
debaixo das cobertas, debaixo da cama;
na casa da mãe, do pai, do irmão, da irmã.
na casa de um amigo ou amiga.
Às vezes, numa casa velha e abandonada;
Às vezes dentro do próprio coração.
Se refugiar é se proteger dos outros e de si mesmo.
Porque tem hora que a gente capota, rola montanha abaixo
e quando levanta, não se reconhece mais.
A vida é mestra nestes acidentes.
Tem época que as capotagens são frequentes.
Grandes ou pequenas,
quando a gente levanta
existem mais que galos na cabeça.
De cipós retorcidos a unicórnios alados,
raças, planetas e biomas invadem a gente
berrando por atenção.
O ruído é tão grande e tanto e impreciso
que tudo que se precisa é de silêncio e solidão.
Tem hora que os planetas alinham,
as raças se entendem e os biomas se adaptam.
Tem hora que a gente se reconhece.
E o refúgio, este vácuo da existência,
consegue ser caprichoso,
às vezes, desdenhoso.
Sempre precioso.
Encontre o seu e o acalente.
Um dia, tenha certeza, ele vai te aconchegar.