Registros de viagem

Foi-se o tempo em que na volta dos passeios, viagens ou comemorações, ia-se direto às Fotópticas e H.Meyers para revelar fotos, comprar álbuns e escrever etiquetas. Depois estes álbuns viravam livros de viagem, comemorações e passeios mostrados orgulhosamente para amigos e familiares.

Depois veio a fase dos álbuns de scrap. Além das fotos – agora digitais e portanto impressas – papeis, folders, ingressos, rendas, flores, botões e outros tantos adornos, embelezavam um novo tipo de álbum. Este, com status de álbum artístico e toques jornalísticos, tipo “jornaling”, sacramentava nossas viagens com diário, impressões, cabeçalhos, letras, etcetcetc. Amei fazer mais de 10 álbuns de viagens. São verdadeiras obras de arte, que esporadicamente precisam ser re-colados. Infelizmente o tempo e as variações climáticas acaba descolando fotos e apetrechos.

Depois vieram os álbuns tipo “smash”. Não me adaptei. Tenho dois inacabados. Com grandes chances de continuar assim.

Aí foi um flerte com os álbuns com fotos Polaroid. Poucos clicks.

De alguns anos para cá, comecei a fazer posts com fotos, roteiros, dicas, impressões. Criei a categoria Lugares no blog bysuzete.com. São mais de 60 posts. É lá que tenho registrado lugares incríveis e viagens inesquecíveis. Tipo Alasca, Rota 66, Santiago de Compostela, Tailândia … É só clicar na categoria Lugares e deixar-se levar.

Hoje, ao ler sobre uma viagem, feita anos atrás, me deparei com tantas informações que acabei lendo todos os posts que escrevi ao longo dos últimos anos. De uma época em que imaginava escrever um livro sobre dicas e lugares incríveis por onde passei.

Surgiu daí a ideia de recontar viagens de outros tempos.

Belo jeito de acender a memória e praticar a escrita. Por ora, apenas um projeto.

De volta pra casa

Viajar é tudo de bom! Mas cansa! Na volta, é difícil saber por onde recomeçar. Roupas pra lavar, guardar, passar; casa pra arrumar; despensa pra abastecer; trabalho e emails pra colocar em dia; contas pra pagar; telefonemas por fazer … enfim, a vida segue, não espera e a gente precisa correr atrás. Nesta última viagem, tentei inovar: a ideia era ir fazendo o álbum (um smash) enquanto viajávamos. A ideia era boa, mas na prática, não funcionou. Voltei com menos de 10% feito, sem contar, que acabei não fazendo o diário. Eram tantos folders, ingressos e outros materiais, sem contar as fotos – tanto as Polaroid, quanto as digitais – que me atrapalhei toda. O que tenho agora é um grande mosaico de informações que precisam ser ordenadas. Quanto às fotos Polaroid, foram uma grande decepção. A maioria das fotos externas estouraram. Algumas sequer saíram. Já as digitais precisam ser selecionadas e impressas e os demais materiais preparados e recortados. Ou seja, o mesmo trabalho de sempre.

smash de retorno

Certamente o roteiro da viagem e as fotos serão as migalhas do caminho. A partir delas vou tentar reavivar os dias e noites cheios de passeios, brindes, lugares, pessoas e fatos que transformaram 12 dias em 12 dias inesquecíveis.

restaurante em Reims

Como nem tudo é possível fotografar e registrar, a certeza de que o essencial ficará na memória e no coração.

sacre coeur

E é isso que conta!

na França

Agora, mãos à obra! Antes que as migalhas se esparramem e se percam por aí.

De malas prontas

Tão bom viajar!

foto da internet
foto da internet

Além dos preparativos óbvios (malas, roupas, documentos, reservas, vistos, itinerários), nesta viagem  resolvi preparar e levar um kit básico de scrap. IMG_20140427_205407

Quem viaja e faz scrap sabe como é fazer o álbum na volta de um passeio. Vira e mexe ele fica incompleto, quando não, deixado na fila de espera – são coisas e álbuns demais por fazer.

Smash das viagens de 2013 incompleto.
Smash das viagens de 2013, não finalizado e ainda, incompleto.

Desta vez, decidi fazer diferente: vou levar um kit com material básico (tesoura, cola, fita dupla-face, régua, estilete, canetas, papeis cortados, adesivos e outros acessórios) + 1 smash + 1 polaroid (com refil). Como é comum eu registrar nosso dia-a-dia de viagem num diário – e depois passar a limpo – vou fazer as anotações e registros diretamente no smash. As fotos polaroid (tiradas e impressas na hora), tickets, folders, passagens, coladas na sequência .

eu no avião 1Agora, é só preparar as malas, revisar documentação, viajar, fotografar, curtir e fazer o smash!!!!

foto da internet
foto da internet

Au revoir!!!!

Polaroid

É assim que eu sempre conheci estas máquinas fotográficas em que a gente tira a foto, sai um papel em branco e – thanthanthan – em poucos minutos, a foto está nas suas mãos. Tenho a impressão de que eu sempre quis ter uma máquina destas, e sinceramente, não consigo imaginar porque nunca tive uma. Então, quando minha filha me mandou uma de presente, fiquei felicíssima. Minha primeira Polaroid – hoje ela tem um nome mais pomposo –  se chama Fugifilm Instax Mini 8. Tenho que reconhecer que preciso me controlar pra não acabar com meu estoque de fotos. Pra quem faz scrap e smash a máquina é uma perdição. Viu a situação, fotografa, e em 5 minutinhos, a foto – em qualquer lugar que vc esteja – está na sua mão, impressa em papel fotográfico. Amei. Adorei. Além do transado e elegante tamanho mini – 5X7 mais bordas – as fotos certamente ficarão o maior charme em páginas de smash e scrap. Sem contar que é um presente instantâneo sempre muito bem vindo. Estas são as minhas primeiras fotinhas. Fofíííssimas! Este equipamento É ou não é uma perdição?

Primeiras fotinhas
Primeiras fotinhas

Meu estilo smash

Sem a capa protetora. Por enquanto está assim. Originalíssimo.
Sem a capa protetora. Por enquanto está assim. Originalíssimo.

Comprei meu primeiro smash quando fomos para o Kruger Park/Perth/Tailândia e ainda estou registrando aquelas viagens. Como fiz vários posts sobre os lugares que visitamos e postei no blog, preferi imprimi-los em papel vegetal – adaptando ao tamanho do smash – colei com fita dupla face, selecionei pouquíssimas fotos, fiz paineis com outras, colei ingressos, tickets, etcetcetc. Nada de páginas + páginas de scrap. Estou amando este jeito de registrar nossas viagens. Até agora está ficando assim:

O programa da viagem, do jeito que a gente faz.
O programa da viagem, do jeito que a gente faz.
Jornal do Kruger + foto + folder + texto impresso em papel vegetal
Jornal do Kruger + foto + folder + texto impresso em papel vegetal.
Paineis do MAC. Pontos altos do Kruger e Perth.
Paineis do MAC. Pontos altos do Kruger e Perth.
Bancoc + texto + cartão do hotel + fotos + tabela de conversão de baths para reais
Bancoc + texto + cartão do hotel + fotos + tabela de conversão de baths para reais.
Adoro fotões com algumas anotações escritas à mão.
Adoro fotões com algumas anotações escritas à mão.
Página em criação. Foto + ingresso + pêndulo do Sino de Buda com meus desejos para 2013.
Página em criação. Foto + ingresso + pêndulo do Sino de Buda com meus desejos para 2013.

Durante o Scrap Extravagance 2013 tivemos algumas oficinas de smash. Vou usar alguns dos materiais apresentados. Mas, assim como no scrap, prefiro os materiais de viagem e poucos adesivos e acessórios. Algumas páginas do smash extravagante.

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Esta é a primeira página interna do smash e introduz o tema do mesmo: os anos 80.

Estilo Scrap Chiquetoso.
Estilo Scrap Chiquetoso.

Carimbos, flores, botões, tags, etcetcetc. Agora preciso providenciar conteúdo: fotos e texto.

Meu estilo de ser e vestir.
Meu estilo de ser e vestir.

Foram pouquíssimas as páginas trabalhadas. Um smash inteirinho pra mim. Próxima viagem vou – de novo – de “Smash”. Adorei a praticidade e a versatilidade de registrar o dia a dia dos dias intensos que se vive viajando. Ou qpenas, vivendo.

Lado criança

Tenho ninado meu lado criança como há muito não fazia. A gente cresce e não percebe. Quando vemos, trocamos de brinquedos, de compromissos, de ocupações. Casamos de verdade com o papai da casinha, criamos nossas próprias bonecas, fazemos acontecer a brincadeira de casinha todos os dias e a transformamos numa realidade, nem sempre tão divertida. A gente amadurece e nem percebe. De repente, o príncipe vira ogro e engolimos mais sapos do que imaginávamos ser capazes. Horários e responsabilidades indicam que precisamos ser, não mais crianças. E isso acontece tão rápido, que o que fica são névoas de bonecas, carrinhos, bolitas, casinhas, livrinhos, panelinhas……imersas na magia e energia de outra época. Os bonecos que fiz estão encaminhados e fazendo sua própria brincadeira com a vida. Minha casinha ficou maior do que imaginei (mesmo não sendo o castelo da Cinderela). Fazer comidinha, dirigir meu “peresh caret” (carrinho de lomba) e criar ação e utilidade no dia a dia e na vida, me mostrou o que é esforço e perseverança. Ah, e casei com meu príncipe encantado que virou o papai da casinha. Brincadeira de criança vira brincadeira de gente grande, sem a gente perceber. Hoje, quando faço meus scraps, leio Harry Potter, assisto Toy Store, Shrek, ou jogo paciência no computador, sei que minha criança interior sobreviveu e está muito bem, obrigada. Por isso, ontem comprei meu presente de Dia da Criança. “Um smash”. Minha criança interior está saltitante, dando cambalhotas de tão feliz. Sabe como é, a gente pode envelhecer e nem perceber.

Smash e Moleskine

Duas palavras novas. Dois conceitos atuais de ideias antigas.

O “smash” me remeteu a meu diário adolescente. Apenas mais transado e incrementado. Poderia ser um “moleskine”.

O “moleskine” – tão comentado na minha oficina literária (e eu, na maior ignorância) – nada mais é do que o velho caderno ou bloco de anotações. Com elástico, capa dura bonitinha e um preço salgadinho. Poderia ser um “smash”.

Ainda não comprei nenhum dos dois. Mas como diz Alvin Toffler “Os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender.” Então, vou reaprender o que já sei, mas de um jeito novo.