Livro e filme. O livro é um romance antigo, da época em que eu era uma adolescente, assim como a heroína da história. Mais antigo ainda, se pensar que a minha edição é a quinta, a primeira publicação é de 1895, o vocabulário é “vintage”, meu exemplar está esgarçado pelo manuseio, as lombadas ficaram marrons com os anos … enfim, um livro bem usado e surrado. Já o li, nestes 35 anos, 3 ou 4 vezes. Pela primeira vez, vejo Tess, Alec D’Uberville e Angel Clare com outros olhos. Talvez mais maduros e experientes. Talvez mais entendidos e esclarecidos literariamente. Os dramas da existência humana ganham novas tonalidades e matizes com o passar dos anos e talvez “Tess” esteja amadurecendo comigo, ou, eu com ela. O romance se passa na região do Wessex, na Inglaterra, de outros tempos. Tess é uma jovem inexperiente seduzida por Alec, com quem tem um filho – que morre – ela se afasta da família, conhece Clare, se casa, revela seu grande segredo, é abandonada ….. se contar mais, que graça vai ter ler o livro, não? Invés de “Tess”, o título poderia ser “Orgulho e Preconceito” como o de Jane Austen, pois retrata a postura e as escolhas de uma mulher regida por princípios de época, rígidos e conservadores, sacrificando-se física e psicologicamente por remorso e culpa. Não era um livro programado para leitura, mas, em meio aos “Cinquenta Tons de Cinza” de E. L. James, em que a autora cita Tess e suas escolhas, deu vontade de relê-lo. Dificilmente acontecerá com os “Tons de Cinza” a la Sabrina, já que estou me arrastando no segundo livro da trilogia: “Cinquenta tons mais escuros”. Quem sabe ele me conduza a outro clássico de séculos passados.
Já o filme, direção de Roman Polanski, com Nastassia Kinski interpretando “Tess”, retrata de forma razoavelmente fidedigna o texto de Thomas Hardy. Tanto o livro como o filme são recomendadíssimos.