Passei a deixar o celular com a secretária, pelo menos durante o horário de consultório. Era ela quem me passava qualquer recado deixado no celular. Nem sinal de Nathan. Voltei a caminhar na praia, passar horas na academia. Procurava me manter ocupada o tempo todo. Comecei a beber mais e comer e dormir de menos. Meus dias começaram a ficar prejudicados. Estaria eu sofrendo de algum tipo de compulsão? Uma paixão doentia? Marquei horário com um amigo psiquiatra. Óbvio que ele me receitou um antidepressivo e outras boletas. Do que eu estava sofrendo? Ele ainda não sabia. Preferiu não arriscar nenhum diagnóstico. Por enquanto, deveria seguir o tratamento e retomar minha terapia. Nem morta, tenho mais o que fazer, não quero, não preciso. Marquei horário com ele para a semana seguinte. Não fui. Inventei uma desculpa. Sabia que ele sabia. Remarquei. Faltei de novo. Eu estava atuando. Ambos sabíamos disso. Eu precisava de ajuda. Precisava de Nathan.