De borboletas quase todo mundo gosta. Eu não.
Elas me dão um estranho nervoso.
São de uma leveza mortificante,
de um esvoaçar cambaleante.
De um nascer intrigante.
“Belo”, dizem uns.
Não eu. Me arrepiam os casulos dependurados,
as larvas que rastejam aqui e acolá.
Elas me remetem à morte devoradora.
Mariposas negras rondam o verde que me cerca. O verde gerador de vida.
Pisoteio-as todas. Larvas ainda.
Prefiro o resfolegar das palmeiras ao vento
à invasão gananciosa e atrevida destes monstros peso pluma.
Por onde andam as borboletas azuis, violetas, laranjas, rosas e amarelas?
Aquelas,
emissárias da felicidade,
símbolo de beleza, inconstância e efemeridade?
Em peles tatuadas, livros e borboletários. Imagino eu.
Que fiquem lá.
Prefiro o verde das libélulas e dos colibris.