Natal 2020

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Algumas fotos do Pinterest lambuzaram meu Facebook.

Queria entrar no clima. Não deu.

Decorei a casa da minha mãe. Bate o sino pequenino, sino de Belém

Decorei minha casa. Luzinhas, bolas, adornos. JesusMariaJosé. E foi só. 

Os convites para a ceia e o réveillon, cancelados.

Nada de exageros – decisão minha; 

Nada de  aglomerações – decisão de saúde pública.

Acatei ambas e de bom grado.

O ano exige cautela. 

O sossego é bem vindo.

Como foi que o Natal chegou, assim, desse jeito, todo sem jeito?

Até o peru ficou ressentido: 

dividido ao meio, assado de perfil servido com farofa agridoce e arroz branco. 

Travessa única.

Os presentes ainda estão sob o pinheiro. Ninguém veio. 

O melhor do Natal foi saber que todos sobrevivemos

Que todos estamos bem. 

Estamos sós.

Teoricamente bem.

O coração bateu descompassado, ressentido.

Mas bateu.

E então, entre um seriado da Netflix e outro da Prime Vídeo, 

com a chuva batendo forte, o calor típico do Natal tropical, 

alguém escolhe o filme “Eu sou a lenda” de Will Smith.

Qualquer semelhança certamente é mera coincidência – decidimos todos.

Em meio a este Natal pandêmico e anêmico, 

brincamos com a inevitabilidade da tragédia:

descemos os DVDs catastróficos. Meus preferidos:

Independence Day, Um dia depois de amanhã, 

Terremoto, Armagedon, A invasão dos Mundos …

E o espírito natalino escorreu feito Vulcano.

O preferido de Elias.

Ainda penso em Will Smith. 

Eu sou a lenda. Seremos todos nós?

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